Parlamentares reprovam cortes na área social para bancar redução do diesel
Parlamentares do PSDB criticaram a saída encontrada pelo governo Temer para bancar os subsídios ao diesel. O Planalto decidiu, por exemplo, cortar verbas de setores como saúde, educação, moradia e saneamento básico. Despesas de 40 obras em rodovias também serão canceladas. Na avaliação dos congressistas, o caminho adotado é equivocado, pois o governo deveria buscar cortar na própria carne, reduzindo despesas.
“Os ânimos mal serenaram em todo o país e lá vem o governo federal tomando decisões que dificultam ainda mais a vida dos brasileiros”, afirmou, por exemplo, o primeiro vice-líder do PSDB na Câmara, Betinho Gomes (PE).
O tucano considera “mais do que justo” tomar medidas para reduzir a carga de impostos nas costas do povo, mas considera que “beira o absurdo” o governo federal, em vez de buscar alternativas que reduzam a estrutura do próprio governo para cumprir os compromissos assumidos, preferir jogar o problema no colo do contribuinte, do cidadão e da sociedade brasileira.
“Não posso me calar diante desse anúncio equivocado feito há pouco pelo Ministro da Fazenda de escolher o caminho mais fácil e cortar recursos de programas sociais como políticas para juventude, violência contra mulheres, políticas sobre drogas e fortalecimento do SUS, recursos essenciais para população mais pobres do país”, reprovou.
Por meio das redes sociais, Betinho questionou: “Por que não cortou na própria estrutura do governo, no custeio com diárias, energia, material de expediente, carros oficiais, aluguéis, propaganda, por exemplo? Por que não olhou para dentro da própria casa e reduziu salários dos cargos comissionados ao invés de cortar benefícios da área social, que já são insuficientes?”
Na avaliação dele, o Legislativo e o Judiciário também devem dar a sua parcela de contribuição e cortar na carne reduzindo os seus gastos. “Inclusive há matérias em tramitação no Congresso Nacional neste sentido. A PEC 106/2015 é uma delas e tem como proposta a redução do número de parlamentares na Câmara Federal e no Senado. Sou favorável à essa PEC, pois é imperativo que repensemos os gastos da máquina pública brasileira. Não podemos penalizar ainda mais quem já vive tão sobrecarregado”, escreveu.
Já a deputada Shéridan (RR) questionou: “Até quando iremos pagar a conta da irresponsabilidade do governo?”. Também por meio das redes sociais, ela disse que o corte de privilégios é “mais do que necessário”. Segundo ela, a mudança deve começar de cima pra baixo. “Enquanto o país passa por uma de suas maiores crises, uma série de privilégios na máquina pública continua intocável. Cansamos de ter como principal saída por parte do governo a mesma solução de sempre: dificultar ainda mais a vida da população que já carrega uma alta carga tributária”, argumentou.
(Da redação/fotos: Alexssandro Loyola)
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