É necessário rever o custo do Estado brasileiro, cobra líder do PSDB
“É necessário rever o custo do Estado brasileiro. E isso não pode mais ser apenas um discurso.” Foi o que defendeu o líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), em pronunciamento na noite de terça-feira (29) em Plenário. Para o tucano, é fundamental que os chefes de Poderes avaliem essa questão. Nilson citou uma série de exemplos de despesas que devem ser objeto de análise.
UM NOVO MOMENTO
Conforme lembrou, todo o custo com a manutenção da máquina pública é colocado nas costas do contribuinte. “Só existe uma maneira de diminuir o peso do Estado: cortando despesa, cortando tamanho”, apontou. “O Brasil está exigindo um novo momento, e esse novo momento tem que acontecer agora. A classe política como um todo não precisa esperar a nova eleição ou o novo presidente”, defendeu o parlamentar.
Na opinião do líder do PSDB, a redução de custos deve abranger todos as esferas de poder, seja no Congresso Nacional, Executivo, Judiciário, governos estaduais, Assembleias Legislativas, Tribunais de Contas, Tribunais de Justiça, prefeituras ou Câmaras de Vereadores.
“Se os brasileiros que pagam as contas do governo não têm dinheiro ou passam apertado para pagar o aluguel, por que os deputados e senadores, autoridades do Executivo, do Judiciário têm direito, por exemplo, a apartamento funcional?
Está na hora de repensar isso, de colocar à venda a estrutura desse imobiliário, de repensar o auxílio-moradia, de haver um corte”, reforçou.
Outro exemplo citado foi em relação à disponibilidade de transporte aéreo para autoridades com a frota da Aeronáutica. “Se os brasileiros estão penando para pagar um avião, um ônibus, um táxi para voltarem para casa, por que os ministros, as autoridades, têm direito, por exemplo,a usarem os aviões da FAB? Temos que repensar isso sim”, cobrou.
Ainda segundo ele, há um outro caso que precisa ser repensado: os direitos aos supersalários. “Isso precisa, sim, ser revisto. Se as famílias, quando estão passando dificuldades, apertam os cintos ou cortam gastos, por que não podemos fazer o mesmo? Todos esses privilégios são bancados por aqueles que trabalham duro. Acho que é momento de rever, sim”, reiterou.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Para Nilson, não é possível fazer uma reforma tributária que vá ai encontro dos desejos da população sem antes reduzir as despesas e os custos da máquina pública. Ele citou o desconto no litro de óleo diesel para lembrar que a perda na arrecadação será compensado, seja por meio do aumento de outro imposto, redução de algum serviço público ou cobertura pelo Tesouro Nacional, financiado pela sociedade como um todo. É diante deste cenário que a redução da manutenção dos gastos com essa máquina se torna tão importante.
NÃO À INTERVENÇÃO MILITAR
Assim como fizeram outras lideranças do PSDB, o líder da bancada na Câmara criticou a defesa da intervenção militar feita por “aproveitadores” durante o movimento dos caminhoneiros. “Não existe outa coisa que pode fazer o Brasil mudar e melhorar senão as eleições e as urnas. Esse é o melhor caminho, porque nas urnas a população participa independentemente de classe social, econômica ou de religião. São as urnas que vão fazer o Brasil continuar avançando na democracia, como fez para o mundo”, argumentou. Segundo ele, esse é o país que queremos ter, “não um país em que uma minoria ou aproveitadores em momento de intolerância queiram escolher o novo caminho”.
(reportagem: Marcos Côrtes/foto: Alexssandro Loyola)
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