Combate ao abuso e exploração sexual infantil: É preciso agir, agora, por Yeda Crusius
O Brasil é um dos primeiros lugares no ranking internacional de exploração sexual de crianças e adolescentes. De acordo com dados pelo Disque 100, o país somou entre 2012 e 2016 pelo menos 175 mil casos desse grave problema.
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil aconteceu em 18 de maio. A data foi escolhida porque, neste dia, em 1973, uma menina de oito anos foi sequestrada, violentada e brutalmente assassinada no Espírito Santo. Seus carrascos, todos de classe média alta, nunca foram punidos. O “Caso Araceli” aconteceu há quase 50 anos, mas basta ler os jornais para constatar: esses crimes continuam ocorrendo.
Segundo dados divulgados pela Plan International Brasil (ONG que defende os direitos das crianças, adolescentes e jovens com foco na promoção da igualdade de gênero), a cada 24 horas 320 crianças são exploradas sexualmente no Brasil. Isso é intolerável e deve ser discutido sempre, não apenas a cada 18 de maio.
O Brasil trata muito mal suas crianças, as abusa, explora sexualmente, mata. Florence Bauer, representante da Unicef no país, avisa que 29 crianças e adolescentes são assassinados diariamente por aqui. Esse é o futuro que estamos destruindo e que tento preservar, nos debates e audiências públicas da Frente Parlamentar Mista de Prevenção à Violência (FPMPV), que criei e presido. É preciso agir, agora.
(*) Yeda Crusius é presidente Nacional do PSDB-Mulher, deputada federal no quarto mandato pelo Rio Grande do Sul, ex-governadora e ex-ministra do Planejamento.
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