A gestão faz a diferença, por Miguel Haddad
Daqui a menos de cinco meses iremos escolher o novo presidente da República. Essa escolha, em face da conturbada situação atual, não definirá apenas os próximos quatro anos seguintes, mas o nosso futuro enquanto nação.
A responsabilidade do eleitor, nesse pleito, exige uma tomada de decisão orientada não pela paixão, como se política fosse campeonato de futebol, mas pela análise racional das opções que, objetivamente, estarão configuradas nos nomes presentes na cédula eleitoral.
Nosso País se debate, no presente, com as consequências da crise econômica legada pela irresponsabilidade criminosa de governantes populistas que desperdiçaram uma oportunidade única de fazer o Brasil avançar quando tínhamos a hiperinflação debelada e acumulávamos sucessivos superávits na balança comercial.
Apesar de termos conseguido uma vitória importante ao evitar o caos – e para quem deseja saber que caos seria esse, comparado ao que vivemos agora, basta ver o caso extremo da Venezuela – teremos de lidar ainda com as sequelas desse nefasto legado.
Os desafios são imensos. Nosso principal e histórico problema, o déficit financeiro da União – ou seja, o que o País arrecada não dá para pagar as contas – sucateia serviços essenciais, impede investimentos e paralisa o Estado.
Paralelamente, temos regiões, como é o caso do Rio de Janeiro, nos quais a falência do Estado gerou o novo fenômeno das milícias, que parecem controlar parte da baixada fluminense e muitas comunidades.
Como se não bastasse, no cenário internacional a valorização do dólar já fez a primeira vítima, a Argentina, que teve de recorrer ao FMI, antecipando uma possível crise cambial, com o conflito de Trump com o Irã ameaçando colocar mais lenha na fogueira.
Convenhamos, não é um cenário para marinheiros de primeira viagem. Muito menos para estouvados salvadores da pátria, com soluções imediatistas, que, invariavelmente, ao fim e ao cabo, nos deixam em situação pior do que a que estávamos antes.
É essencial não nos deixarmos enganar novamente por vendedores de ilusões. O caminho para retomarmos o desenvolvimento depende de trabalho duro, constante, muitas vezes impopular, na gestão dos recursos públicos. É a capacidade de gestão do governante que fará a diferença.
“Vamos cuidar da gestão, contando os tostões, eliminando os ralos, de modo a retomarmos os investimentos” não é um discurso emocionante. Fala à inteligência, exige que o eleitor pense. Mas tem uma vantagem: funciona.
(*) Miguel Haddad é deputado federal pelo PSDB-SP.
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