Maio Amarelo, pare nesse sinal, por Yeda Crusius
A campanha Maio Amarelo tem por objetivo chamar atenção para o alto índice de mortalidade no trânsito, além de conscientizar os motoristas para sua responsabilidade na diminuição dos acidentes. Esse movimento surgiu a partir de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), datado de 2009, que contabilizou perto de 1,3 milhão de mortes por acidentes de trânsito em 178 países.
Baseada nesses dados, a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou que o período de 2011 a 2020 seria a Década de Ações Para Segurança no Trânsito. Entretanto, mais de 1,2 milhão de pessoas ainda perdem a vida no trânsito a cada ano em todo o planeta, outras 40 milhões ficam feridas. O Brasil é o quarto país com mais mortes no trânsito nas Américas, e se continuarmos assim não cumpriremos a meta estabelecida da ONU, de reduzir pela metade o número de acidentes até 2020.
Em 2017 o trânsito matou 47 mil pessoas, enquanto 400 mil ficaram com alguma sequela. O custo dessa tragédia para o Brasil é de R$ 56 bilhões – segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) –, verba suficiente para construir 28 mil escolas, ou 1.800 hospitais, sem falar no desperdício de vidas, incalculável. Os óbitos aumentaram, de 19 para 23,4 em cada 100 mil habitantes, entre 2009 e 2016, mas a experiência de outros países mostra que é possível reverter essa tendência. Os Estados Unidos, por exemplo, reduziram em 20% seus acidentes de trânsito nos últimos dez anos. Com uma população cerca de 70% maior do que a nossa, alcançaram um índice de mortalidade no trânsito de 30 mil pessoas por ano.
A Câmara dos Deputados tem buscado fazer seu trabalho para atacar esse gigantesco problema, como quando aprovou em 2017 o PL 5568/2013, de autoria da deputada Keiko Ota. O projeto aumenta as penas para quem, dirigindo embriagado, causa acidentes. Vemos repetidamente no noticiário que até os mesmos motoristas que já cometeram crimes de trânsito como homicídio doloso anteriormente continuavam livres, não raro praticando os mesmos delitos.
Já no caso da prevenção, vários casos de sucesso nesse enfrentamento têm sido registrados, conduzidos por organizações sociais como o “Vida Urgente” da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, criado pela Diza Gonzaga no Rio Grande do Sul, que busca conscientizar os jovens em suas baladas noturnas para não dirigirem depois de beber. A campanha pela Diza lançada, o “Balada Segura”, já é lei e já é acompanhada por várias instituições que a levam para muitos outros municípios. Nesse contexto, homenageio todos os voluntários dessa honrosa causa. Peço a todos que se comprometam com as ações do Maio Amarelo, de forma a contribuir para o sucesso da empreitada.
* Yeda Crusius é presidente Nacional do PSDB-Mulher, deputada federal no quarto mandato pelo Rio Grande do Sul, ex-governadora e ex-ministra do Planejamento.
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