Brasil tem clima de normalidade um mês após prisão de Lula
Passado um mês da prisão do ex-presidente Lula, o Brasil vive um cenário bem diferente daquele idealizado pelo PT, seus “puxadinhos” e movimentos sociais ligados à esquerda. Condenado a mais de 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro, ele cumpre pena no prédio da Polícia Federal em Curitiba. Na capital paranaense, um pequeno grupo de militantes ainda permanece acampado em solidariedade a ele. No entanto, o clima de convulsão social projeto por lideranças e parlamentares petistas durante a iminência da prisão de Lula não se confirmou.
POLÍTICO PRESO, E NÃO PRESO POLÍTICO
Para o deputado Fábio Sousa (GO), houve um triunfo das instituições neste caso, o que é positivo para o país, segundo ele. Nesta segunda-feira (7), afirmou que o episódio é um duro golpa na impunidade. “O saldo positivo disso é de que a Justiça é para todos. Se hoje um ex-presidente está preso, condenado em duas instâncias com motivos e provas, quer dizer que qualquer um pode ser preso e pagar por seus crimes. Isso é salutar e democrático”, avalia.
Antes da prisão de Lula, quando o petista já havia sido condenado, lideranças ligadas a ele tentaram constranger a Justiça e impedir o cumprimento da pena. A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), chegou a dizer que seria preciso “matar gente” para que o correligionário fosse preso. Já o coordenador do MST, João Pedro Stedile, alardeava que os movimentos sociais não aceitariam a decisão da Justiça. O presidente da CUT, Vagner Freitas, dizia que os movimentos iriam “enfrentar [a decisão] na rua e desautorizar” o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
No dia 24 de janeiro, os desembargadores da 8ª Turma do TRF4 mantiveram a condenação do juiz Sergio Moro na primeira instância, e ainda aumentaram a pena do ex-presidente, de nove para 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex, investigação no âmbito da Operação Lava Jato.
ACAMPAMENTO DEFINHANDO
Após recurso da defesa ser derrubado pelos desembargadores, a prisão foi cumprida em 7 de abril. Lula completou um mês na prisão sem que o Brasil registrasse qualquer tumulto mais expressivo nas ruas por causa disso, diferentemente do previsto pelos seus correligionários. Em Curitiba, o acampamento montado em sua defesa foi se esvaziando ao longo do tempo, passando de 500 para cerca de 70 pessoas.
Apenas o discurso do PT e de seus puxadinhos continua o mesmo: insistem em mentir para a sociedade brasileira e para a imprensa internacional alegando que Lula é um preso político. Como deputados do PSDB têm destacado nos últimos dias, o ex-presidente é, na verdade, um político preso, que teve amplo direito de defesa.
“Trata-se de um político preso que se envolveu em falcatrua e, por isso, está preso. É triste uma pessoa se envolver em corrupção. Mas, se houve envolvimento, tem que pagar por isso. É o que o ex-presidente vive hoje. Ele está respondendo por isso, como qualquer cidadão estaria”, aponta Sousa.
O tucano rechaçou o discurso petista de que Lula não teria exercido plenamente seu direito de defesa. Ele ressalta que, diferentemente da maioria dos cidadãos, Lula contou com uma defesa de ponta, um advogado que é ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, e pode apresentar todos os recursos possíveis. “Então é um equívoco e má fé dizer que ele teve sua defesa cerceada”, reforça.
OBSTRUÇÃO PETISTA CONTRA O BRASIL
Para o deputado, o PT se aproveita da situação, com seu maior líder preso e crimes praticados pelo partido vindo à tona a cada momento, para obstruir o trabalho do Congresso e dificultar ainda mais a vida dos brasileiros. É o que tem feito os partidos de esquerda durante as últimas votações na Câmara e no Senado. Sob a alegação de que Lula seria um preso político, tentam impedir a votação de matérias importantes para o país.
“É uma falta de compromisso com o Brasil. O país é cheio de problemas, que precisam ser tratados de forma respeitosa e com debate no Parlamento. Mas hoje o que fazem é levantar o tempo inteiro esse discurso, que beira o religioso, defendendo uma pessoa sem medir consequências e deixando de lado o fato de que mais de 200 milhões de brasileiros precisarem do trabalho do Congresso Nacional. É assustador”, lamenta.
Apesar do trabalho contra o Brasil realizado pelo PT e seus puxadinhos no Congresso e as sucessivas tentativas de parlamentares de esquerda de visitarem Lula a qualquer dia e a qualquer hora como se ele estivesse em uma casa de férias, os efeitos reais da prisão nas ruas estão sendo sentidos apenas pelos moradores do bairro onde fica o prédio da PF, em Curitiba. Tumultos e perturbação da ordem pública nos arredores do prédio preocupam a prefeitura da capital paranaense, que já pediu uma solução à Justiça, como a transferência de Lula. Ademais, o país segue em tranquilidade, com os brasileiros torcendo para que a impunidade não mais prevaleça.
(Reportagem: Djan Moreno/foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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