Em entrevista à TV Câmara, Hauly defende ampliação do Cadastro Positivo
Durante participação no programa Câmara Debate, da TV Câmara, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) defendeu a inclusão automática de todos os brasileiros no Cadastro Positivo, proposta em análise na Casa. O parlamentar afirma que a medida reduzirá os custos de crédito e não vai gerar exposição de dados sigilosos do consumidor.
A proposta amplia as informações de banco de dados já existente para que tenha o registro de pagamentos e de uso de crédito de todos os brasileiros – não só os que pedem para entrar, como é hoje.
Hauly defende que a intenção do projeto é fazer com que o crédito e a taxa de juros ao consumidor sejam mais democráticos, pois os bancos fazem de tudo para cobrar as mais altas taxas. Segundo ele, a medida ajudará a baixar os juros. “Hoje se paga 347% de juros ao ano e não tem nenhum tratamento se é um bom pagador ao banco. Você está sempre pagando juros”, disse.
Ele explica que o atual sistema precisa de um registro voluntário do cliente. Desde que foi criada, a lei do Cadastro Positivo contabiliza apenas 5% das contas bancárias existentes no Brasil que optaram para ter seus dados compartilhados entre as instituições.
Sendo aprovado o projeto, será liberado o acesso aos dados de empréstimos quitados e pagamentos em dia para que as instituições financeiras e bancos possam encontrar uma nota de crédito do consumidor, que poderá ser consultada. O deputado diz que somente ampliando a lei poderá haver a mudança, pois 5% em 100 milhões é muito pouco, e ressalta que “é preciso ter um grande número de impacto para se ter a melhoria”.
Hauly questiona o motivo dos bancos não terem divulgado essa lei de inclusão voluntária. Ele acredita que os entes financeiros não têm interesse em ceder os dados e temem a perda de clientes. “Banco é banco, público e privado. Só que há uma reserva de mercado de bons clientes. Eu quero que nesse momento eu tenha a portabilidade de ir para quem me oferece mais descontos, vantagens”, falou.
Questionado a respeito do possível abuso das ofertas de outros bancos ou mesmo o vazamento de dados, o deputado disse que a discussão sobre o sigilo de dados é intensa no mundo. Segundo ele, o projeto protege o cliente que não desejar compartilhar suas informações, bastando registrar a não autorização no banco.
(Cristiane Noberto)
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