Parlamentares do PSDB homenageiam Embrapa pelos 45 anos de conquistas

Servidores e dirigentes da Embrapa participaram da cerimônia nesta quinta-feira.

Deputados do PSDB celebram os 45 anos de fundação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que ao longo de sua trajetória obteve uma série de conquistas para a agricultura brasileira. Nesta manhã, a Câmara promoveu uma sessão solene para homenageá-la. Um dos que pediram a cerimônia, o deputado Izalci Lucas (DF) reconheceu a capacidade da Embrapa de se manter de pé e produzir com excelência mesmo em momentos difíceis. “Por sua importância, a Embrapa precisa ser valorizada e lembrada sempre”, resumiu.

Izalci destacou a força dos pioneiros José Irineu Cabral, Eliseu Roberto de Andrade, Edmundo Fontoura Gastal e Roberto Meirelles de Miranda – “o quarteto de excelência”. Eles foram os primeiros técnicos que tiveram a ousadia de pensar o futuro diante da necessidade de produzir mais e melhor. Mais de 90 pessoas participaram da cerimônia, entre parlamentares, lideranças do agronegócio, dirigentes de empresas públicas, empregados e diretores da Embrapa.

Passados mais de quatro décadas da criação dos primeiros centros tecnológicos, distribuídos de Norte a Sul, a agropecuária brasileira alimenta 214 milhões de brasileiros, exporta alimentos e contribui para o sustento de 1,3 bilhões de pessoas no mundo. “O setor foi o único que cresceu, apesar da crise”, disse Izalci na sessão solene.

Para o parlamentar tucano, para além do orgulho e importância econômica, a Embrapa precisa ser reconhecida e exaltada. “O maior patrimônio são homens e mulheres que merecem nossa reverência e que hoje são referência e atuam também em centros de pesquisa espalhados pelo país, América Latina, Europa e Estados Unidos”, reiterou.

Entre os pesquisadores reconhecidos internacionalmente, Izalci citou Johanna Döbereiner, que revolucionou a cultura da soja tropical brasileira. Ela descobriu que a bactéria Rhizobium, quando inserida na semente da soja, atua como uma espécie de adubo natural. A fixação do elemento químico através de bactérias torna o cultivo mais barato e natural, já que o processo substitui o uso de fertilizante nitrogenado, insumo caro e poluente. 

Ao discursar na sessão solene, o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, disse que, feitas as contas, o uso dessa bactéria descoberta por Joanna há 30 anos economizou, em 2017, US$ 13 bilhões ao dispensar o uso de fertilizantes nos 34 milhões de hectares de soja cultivados no Brasil.

“Esse valor, num único ano e com uma única tecnologia, equivale a 14 vezes o orçamento da Embrapa”, afirmou ele, ao afirmar que investir em ciência é essencial para o desenvolvimento de qualquer país. Para ele, é hora de pensar como financiar a ciência brasileira no futuro.

“Precisamos de instrumentos que permitam à ciência pública ir ao mercado, licenciar suas tecnologias, ter recursos para investir no seu trabalho”, afirmou. “A ciência brasileira não pode ficar à mercê de orçamentos com altos e baixos, de contingenciamento, e isso exige um novo modelo de apoio e suporte para as instituições de ciência e pesquisa”, reiterou Lopes.

Pelas redes sociais, o deputado Lobbe Neto (SP) parabenizou os profissionais que fazem parte de uma das mais importantes instituições de pesquisa do Brasil. Ele elogiou o trabalho “sensacional” em apoio aos pequenos, médios e grandes produtores, levando tecnologia avançada para que haja o aumento da safra.

Por sua vez, o deputado João Paulo Papa (SP) destacou o mérito da maior instituição de pesquisa do país, que desenvolve ciência e proporciona importantes serviços para os brasileiros, principalmente na produção de alimentos.

EXPOSIÇÃO

No Espaço Mário Covas, anexo II da Câmara Federal, foi instalada a exposição interativa Embrapa 45 anos que tem como objetivo mostrar como, nas últimas décadas, o Brasil desenvolveu um modelo de agricultura e pecuária tropical superando as barreiras que limitavam a produção de alimentos, fibras e energias no País, focando em soluções tecnológicas sustentáveis e para o futuro.

Um conjunto de totens e painéis apresentam ao público as contribuições da Embrapa para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), o futuro da agricultura brasileira a partir da apresentação do Documento Visão: O Futuro da Agricultura Brasileira, e o Código Florestal – página que oferece conteúdos técnicos para a recuperação de áreas degradadas a partir do plantio de plantas nativas e orientações para o cumprimento da Lei. A página Embrapa 45 anos também está disponível para navegação para os públicos que circulam pelo Congresso Nacional.

A exposição começou no dia 24 e vai até sexta-feira, 27, sempre das 8h às 18h, e integra o conjunto de ações que a Embrapa desenvolve que tem como foco o público parlamentar.

Além da sessão solene, houve o lançamento da agenda “Visão 20/30” que contém os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável, aprovados em 2015. Os objetivos dão um novo direcionamento para a pesquisa mundial centrado na produção sustentável e mais justa. No Espaço Mário Covas também está sendo exibida a Exposição “Embrapa, 45 anos”.

(Ana Maria Mejia/foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)