Tucanos recebem familiares de velejadores brasileiros presos em Cabo Verde


Em reunião na CREDN, familiares dos velejadores expuseram as incoerências do processo em Cabo Verde.

O deputado Antonio Imbassahy (BA) e o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Nilson Pinto (PA), receberam nesta terça-feira (24) familiares dos velejadores brasileiros presos em Cabo Verde. Rodrigo Dantas, Daniel Guerra e Daniel Dantas foram condenados a 10 anos de prisão pelo Judiciário daquele país.

Em 2017, os brasileiros se candidataram para compor a tripulação de um barco rumo à Ilha de Açores, em Portugal. O barco apresentou problemas logo no início da viagem, ainda no Brasil, e a última escala foi em Natal (RN). A embarcação passou por inspeção detalhada da Polícia Federal, com cães farejadores, e nada foi encontrado. A viagem prosseguiu até que o motor pifou e a tripulação alcançou Cabo Verde.

A Polícia Judiciária local fez uma inspeção de 10 horas e encontrou 1 tonelada de cocaína escondida abaixo do tanque de água do barco. No mês passado, os brasileiros e o quarto integrante da tripulação, o francês Olivier Thomas, foram condenados. O dono do barco, o inglês George Fox, está sendo procurado.

Antonio Imbassahy conversou com os familiares dos brasileiros e propôs uma reunião com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. “Estamos procurando oferecer o mais amplo espaço de defesa para esses jovens que, de forma desmerecida, estão sendo injustiçados em Cabo Verde”, afirmou.

O pai de Rodrigo Dantas, João Dantas, agradeceu o empenho de Imbassahy em nome das famílias dos velejadores. “Estamos passando um momento de muito sofrimento, muita dor em ver nossos filhos presos injustamente de forma injusta”, lamentou. Ele espera que as reuniões em Brasília ajudem a resolver a situação.

O presidente da CREDN, Nilson Pinto, declarou que vai informar os integrantes da comissão sobre o ocorrido e avaliar a necessidade de uma moção de apoio à correta investigação do caso. “Esta é a Casa do povo. Temos que nos preocupar com cada cidadão brasileiro em toda parte do mundo”, explicou. O parlamentar explica que o colegiado vai buscar caminhos para que a justiça seja feita, sem interferir na soberania nacional de outros países.

Segundo os familiares, o juiz de Cabo Verde desconsiderou o inquérito produzido pela Polícia Federal brasileira mostrando que a droga só poderia ter sido colocada no barco antes da chegada dos tripulantes. Entre as incoerências citadas pelas famílias, está a impressão da sentença judicial em papel timbrado com a figura do personagem Zorro. O fato gerou nota de repúdio da própria Ordem dos Advogados daquele país.

(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola)

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