Tucanos defendem que redução das taxas de juros alcance o cidadão
A Câmara discutiu, durante comissão geral nesta quarta-feira (18), as altas taxas de juros praticadas no Brasil. O debate foi proposto pelo líder do PSDB, deputado Nilson Leitão (MT). Ele e os demais parlamentares que participaram do debate defenderam que o tema se torne cotidiano no Congresso Nacional, até que a situação seja revertida.
O parlamentar afirma que mesmo com a redução da taxa básica de juros (Selic), os bancos cobram altos índices dos clientes, causando efeitos nocivos à economia. Nos últimos dois anos, a Selic caiu de 14,25% para 6,5%. “O que nos motivou a propor esta Comissão foi a pergunta que todo mundo faz: se os juros básicos estão caindo, por que os juros de cartão de crédito e os juros bancários continuam com uma taxa elevadíssima? Qual é o segredo de tudo isso?”, apontou o líder tucano.
De acordo com o parlamentar, esse é um grande problema que endivida as famílias e empresas, inviabiliza o emprego, desestimula o crédito e reduz o consumo. “Isso precisa ser discutido com profundidade, com transparência, sem nenhum mistério. Os brasileiros não podem ficar alijados das informações do sistema bancário brasileiro sobre as taxas de juros”, cobrou.
Na avaliação do líder, é necessário que o debate se amplie, chegue às comissões da Câmara e faça parte do dia a dia da Casa, até que seja encontrada uma forma eficaz de reduzir os juros reais para o cidadão. Segundo ele, é um desafio para o Congresso Nacional dar ao brasileiro aquilo que ele merece em relação ao uso do cartão de crédito e também ao acesso aos financiamentos bancários. “Não é possível mais convivermos com isso. Temos que ter a coragem de enfrentar e chegar a um mínimo patamar”, disse.
Economista e ex-ministra do Planejamento, a deputada Yeda Crusius (RS) afirma que o PSDB se preocupa e toma como prioritário o ataque à taxa de juros e à taxa de spread bancário. Segundo ela, os altos índices tiram os recursos de quem precisa tomar dinheiro emprestado.
Na avaliação da tucana, as altas taxas são praticadas hoje porque os governos gastam mais do que arrecadam e o governo federal pratica uma política monetária para cobrir os grandes desmandos da política fiscal. Ela ainda ressaltou que o spread bancário no Brasil é praticamente o mais alto do mundo.
O 1º vice-líder tucano, deputado Betinho Gomes (PE), afirmou que é preciso democratizar o crédito. Isso vai acontecer, de acordo com ele, com a desconcentração dos atores e agentes que podem oferecer o crédito à população brasileira.
“É preciso que o Brasil consiga, de um lado, criar um ambiente jurídico, um ambiente de negócios e de economia favorável para o surgimento de outras formas de financiamento e de oferta de crédito. De outro lado, naturalmente o Governo tem a obrigação e o dever de fomentar esse tipo de ambiente a partir de definições, sejam do Poder Legislativo ou da política macroeconômica”, defendeu.
Relator da Reforma Tributária, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) afirmou que o Brasil tem as mais escorchantes taxas de juros do mundo. “Precisamos discutir e combater como diminuir as taxas de juros do Brasil, tornando-as palatáveis e próximas às taxas de juros dos países desenvolvidos”, disse.
Entre as medidas que o tucano defende estão uma reorganização do Estado e redução de gastos. Ele alega que o Parlamento precisa dar respaldo para que o Brasil possa ter crédito, em especial, para desenvolver as micro e pequenas empresas, fundamentais para a economia.
(Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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