Lippi defende parceria entre universidades, poder público e comunidade para promover desenvolvimento territorial
Usar o conhecimento e a capacidade intelectual das instituições de ensino superior com vistas a promover o desenvolvimento sustentável em nível regional é a proposta contida no estudo coordenado pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes), tendo como relator o deputado Vitor Lippi (SP). De acordo com o parlamentar, a ideia é criar os Centros de Desenvolvimento Regionais (CDRs) numa parceria entre as universidades, poder público e comunidade para, juntos, descobrir as potencialidades de cada região e elaborar ações que fortaleçam a economia local.
A proposta compõe o livro “Instituições de Ensino Superior e Desenvolvimento Regional: potencialidades e desafios”, lançado nesta terça-feira (10) em cerimônia na Câmara dos Deputados. “Esse trabalho é resultado de dois anos e meio de trabalho com o envolvimento de diferentes entidades representativas do poder público, academia e sociedade civil, disse o parlamentar tucano.
“O Brasil precisa de visão empreendedora, transformadora, estratégica, e as universidades podem dar esse suporte”, reiterou ele, destacando a importância de ter essa visão a serviço do desenvolvimento regional.
Segundo Vitor Lippi, há inúmeras possibilidades no sentido de promover mudanças positivas na comunidade local, seja capacitando mão-de-obra, organizando o sistema produtivo, buscando novos mercados ou fazendo a inclusão tecnológica etc. “O importante é usar o conhecimento, a força dos jovens universitários para ajudar na transformação local. É o conhecimento contribuindo para uma sociedade mais justa”, afirmou.
PROJETOS PILOTO
A proposta foi adotada pelo Ministério da Educação, que pretende transformá-la em política pública. Três projetos pilotos já estão funcionando: no Sudoeste Paulista; na região de Campanha, no Rio Grande do Sul e em Campina Grande, na Paraíba.
Cada centro recebeu do MEC uma verba inicial de 150 mil reais para estruturar e montar uma agenda com base em projetos viáveis, de acordo com a região a ser trabalhada.
Outros dois CDRs serão lançados ainda este mês: no Distrito Federal e na região do Triângulo, em Minas Gerais. “O Distrito Federal será a primeira região metropolitana em que a experiência será implementada e tenho certeza que a capital da República descobrirá novas fontes de produzir riquezas”, afirmou.
No médio prazo, a meta é replicar essas experiências aos mais de 1,3 mil campi universitários no país, com o apoio do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social fomentada e supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “É a forma mais justa, correta e menos elitista de usar o conhecimento”, disse Lippi. Para ele, desta forma a universidade pode contribuir para modernizar a economia local e de se transformarem em centros de inteligência local.
Os CDRs reúnem interesses acadêmicos e necessidades do território. A ideia é que os estudantes envolvidos sejam estimulados a permanecerem na região, desenvolvendo ações empreendedoras junto a suas comunidades e ao setor produtivo do entorno.
Participaram do lançamento o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Paulo Barone; o presidente e o diretor do CGEE, Márcio Santos e Antônio Galvão, respectivamente, além da diretoria do Cedes. Os parlamentares tucanos Nilson Pinto (PA), Ricardo Tripoli, João Paulo Papa, Eduardo Cury (SP),Yeda Crusius (RS), Fábio Sousa (GO), Conceição Sampaio (AM) e Izalci Lucas (DF) prestigiaram o evento.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/fotos: William Sant´Ana)
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