PT insiste na estratégia de transformar Lula em vítima, reprova 1º vice-líder do PSDB


“Ninguém está acima da lei”, lembrou o deputado Betinho Gomes nesta segunda-feira (9).

O 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Betinho Gomes (PE), disse nesta segunda-feira (9) que desde o início do processo envolvendo o ex-presidente Lula, o PT tenta politizar uma questão que é jurídica. No sábado pela manhã, ao discursar em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos horas antes de ser preso, o ex-presidente voltou a se dizer inocente, fez uma série de declarações distorcidas sobre seu processo envolvendo o triplex do Guarujá e atacou o Ministério Público, a Justiça Federal e a seus agentes – tudo dentro da estratégia de posar de vítima.

Leia também: Decisão do STF mostra que Lula não está acima da lei, dizem tucanos

 

MAU EXEMPLO

Ele disse ainda que, ao criar um ambiente de politização e de desobediência, o ex-presidente dá um mau exemplo para a sociedade e há o risco daqueles que já foram punidos achar que podem  confrontar as decisões judiciais. O petista se entregou aos agentes mais de 24h depois do prazo estabelecido pelo juiz Sérgio Moro (17h de sexta-feira). 

“Estamos falando de uma decisão que foi tomada pela Justiça e referendada por outros níveis, por um colegiado”, disse ele, ao lembrar que houve condenação, em primeira instância, e confirmação pelo TRF-4. 

Além disso, a versão alardeada por Lula de que há uma conspiração contra ele e o Partido dos Trabalhadores é contestada quando se confronta com a postura dos seis ministros da mais alta Corte da Justiça brasileira que negaram o habeas corpus preventivo dele, semana passada. Quatro dos seis ministros foram indicados pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Play

Para Betinho Gomes, é lamentável ver um ex-presidente nessa situação. “Ninguém está acima da lei”, reforçou. Ele afirmou, ainda, que qualquer contestação deve ser feita dentro de um ambiente legal e jurídico, e não com o objetivo de politização e de confronto às instituições.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) reagiu ao discurso de Lula. Em nota, repudiou as declarações do petista, num gesto de desagravo ao procurador da República, Deltan Dallagnol, e a equipe da Lava Jato.  Na nota, a ANPR reitera que nenhum cidadão esta acima da lei e ninguém podem zombar ou menosprezar a Justiça. 

PROVAS EM SÉRIE

Em sua fala à militância, o petista negou novamente ser dono do apartamento. As provas, no entanto, indicam o contrário. O jornal “O Globo”, por exemplo, resgatou reportagens de 2010 e 2014 sobre o imóvel. Em uma delas, destaca que o casal Lula-Marisa Letícia estava na fila de cooperados da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) esperando a conclusão da obra.   (confira arte abaixo)

Quatro anos depois, o mesmo jornal revelou que a empresa OAS – que havia adquirido a obra em 2009 – havia reservado o apartamento 164-A do Edifício Solaris para o casal.  À época, funcionários confirmaram que a reforma que havia sido solicitada por Marisa (um elevador privativo, porcelanato e um espaço gourmet) era tocada por um filho de Lula

Além disso, documentos, entre eles um termo de adesão e compromisso de participação, foram apreendidos pela Polícia Federal na residência do casal, em São Bernardo do Campo (SP). O número estava rasurado, mas laudo da PF mostrou que, ao final, seria o tríplex.

As mensagens de e-mail entre funcionários da OAS também comprovam a propriedade do apartamento e as obras que estavam sendo feitas pela empreiteira. Em 2016, o “Jornal Nacional” divulgou uma foto do ex-presidente dentro do tríplex, junto com o presidente da empresa, Leo Pinheiro. Em 2017, Léo Pinheiro confirmou à Justiça que o apartamento tríplex 164-A do Condomínio Solaris pertencia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  

Para o deputado Betinho Gomes, é lamentável que o ex-presidente e o PT insistam em politizar ao máximo esse debate na tentativa de criar algum tipo de comoção nacional. O tucano alertou para o desapreço dos aliados de Lula à Constituição brasileira e às leis. “A decisão judicial deve ser cumprida e a contestação, quando possível, deve ser com base em instrumentos jurídicos legais”, afirmou.

(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

Em sua edição do último domingo, jornal “O Globo” apontou contradições e distorções na fala de Lula do último sábado. 

 

Compartilhe:
9 abril, 2018 Banner, Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *