Brasileiros levam prejuízo com calote da Venezuela, alertam tucanos
O calote bilionário da Venezuela ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e outros bancos representa um enorme prejuízo para a economia brasileira, especialmente quando faltam recursos para investir em setores essenciais. O líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), comentou pelo Twitter que, enquanto falta verba para a segurança pública, os brasileiros vão ter que arcar com o calote de um financiamento dado à época em que o PT “fazia caridade aos amigos da esquerda com o chapéu alheio”.
A Venezuela deixou de pagar quase R$ 1 bilhão, ou US$ 274 milhões referentes a uma parcela de empréstimos feitos junto ao BNDES e a outros bancos privados vencida em janeiro. Segundo o portal UOL, foram US$ 130,9 milhões contratados diretamente com o BNDES e US$ 143,7 milhões junto aos credores privados.
Com isso, foi acionado o Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para ressarcir a parcela não paga. “Quem assume o prejuízo de quase R$ 1 bilhão é o governo brasileiro, por meio do seguro vinculado ao fundo.
Pelo Facebook, o deputado Carlos Sampaio (SP) disse que os cidadãos têm agora mais uma prova dos prejuízos causados pelos governos petistas de Lula e Dilma. “E não é que a Venezuela, a grande parceira do PT e do Lula, deu um calote de R$ 1 bilhão no Brasil de um financiamento que o governo petista tinha feito pra aquele país?”, indagou.
Sampaio afirma que esse dinheiro poderia ser investido em educação, segurança pública, ou saúde. “Cada dia mais tenho orgulho de ter liderado esse movimento de impeachment da presidente Dilma que conseguiu expulsá-la e expulsar o PT de toda a estrutura do governo brasileiro”, disse.
O apoio aos negócios de empresas brasileiras no exterior fez parte do projeto das chamadas “campeãs nacionais” nos governos dos ex-presidentes petistas. Neste período, as empreiteiras brasileiras expandiram sua presença na África e na América Latina graças a empréstimos do BNDES.
Do plenário, o deputado Fábio Sousa (GO) criticou a política adotada no governo do PT. “Em vez de emprestar esse dinheiro, os governos petistas deveriam ter incentivado o empreendedorismo e realizado investimentos dentro do país”.
Segundo Sousa, o anúncio do calote não o surpreendeu. “No começo do meu mandato eu já fazia esse alerta”, disse. Ele estima que nos últimos 14 anos o volume de empréstimos totalizou R$ 55 bilhões. Venezuela, Bolívia, Cuba, Panamá, países que também receberam dinheiro do BNDES, não pagaram. “Cinquenta e cinco bilhões de reais que foram emprestados, nos últimos 13 anos, não deveriam estar aqui rodando na nossa economia?”, questionou ele, lembrando que o dinheiro foi usado para construir um aeroporto em Angola e um porto em Cuba.
Fábio Sousa pediu que projeto de lei apresentado por ele (PL7375/2017) seja votado com urgência. O projeto proíbe a transferência de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para países ou nações estrangeiras. A concessão de crédito a outros países só seria possível, excepcionalmente, por meio da aprovação, por 3/4 (três quartos) dos membros do Congresso Nacional.
CRISE HUMANITÁRIA
A crise na Venezuela expulsou milhares de cidadãos do país. A Polícia Federal estima que mais de 40 mil estão abrigados em Boa Vista. Isso representa 12% da população da capital de Roraima, estimada em 332 mil habitantes.
O governo editou medida provisória (MP 823/18) destinando um crédito de R$ 190 milhões para minimizar a grave situação de vulnerabilidade decorrente do fluxo migratório provocado pela crise humanitária na Venezuela.
(Ana Maria Mejia/ Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil)
Deixe uma resposta