Correios ainda sofrem as consequências da má gestão dos anos de PT no governo, diz deputado


Os trabalhadores rejeitam mudanças no plano de saúde da empresa.

A greve dos funcionários dos Correios é mais um capítulo da crise que vem afetando a estatal nos últimos anos. Pivô do escândalo do mensalão que marcou o governo Lula, a empresa sofreu com gestões devastadoras nas gestões petistas, a exemplo do rombo bilionário em seu fundo de pensão, o Postalis. Na avaliação do deputado Giuseppe Vecci (GO), a crise que a companhia enfrenta hoje é fruto de descaso com a administração e do aparelhamento político da estatal.

Os servidores em greve têm queixas como a contribuição que a empresa quer exigir sobre o plano de saúde e a exclusão de parentes dependentes, o fechamento de agências e a falta de concurso para contratação de novos funcionários. Nos últimos cinco anos, a empresa sofreu um corte de 20 mil funcionários — 15% do quadro. Os problemas internos refletem fortemente nos serviços.

Na avaliação de Vecci, a crise que a companhia enfrenta hoje é fruto de descaso com a gestão pública e do aparelhamento. “As demandas da greve parecem distorcidas, não vão no cerne da questão, que é a profissionalização, a meritocracia, a eliminação das ações corporativistas. O grande problema não são essas demandas, mas a necessidade de uma gestão moderna que auxilie os Correios a cumprir seu papel”, afirma.

Não há processo seletivo para os Correios desde 2011 e os sucessivos programas de demissões tentam reduzir custos. Já faltam funcionários em várias áreas. A estatal se tornou a pior empesa nos últimos 30 dias, pelo ranking do Reclame Aqui, onde tem mais de 45 mil reclamações – todas sem nenhuma resposta.

MAIS SERIEDADE E COMPROMETIMENTO

Em abril do ano passado, parlamentares do PSDB debateram a situação dos Correios em audiência realizada por quatro comissões da Câmara. Naquela ocasião, defenderam seriedade e comprometimento da atual gestão para que a estatal volte a ter lucros e crescer. Quase um ano depois, a empresa mostra que as dificuldades permanecem. 

Vecci lembra que a ingerência política foi altamente prejudicial para grandes estatais e fundos de pensão nos governos do PT. O loteamento político dos cargos de alto escalão levou à derrocada de estatais como Correios, Petrobras, Eletrobrás e outras. 

Na avaliação de Vecci, a crise que a companhia enfrenta hoje é fruto de descaso com a gestão pública e do aparelhamento.

O Postalis, fundo de pensão dos funcionários da empresa de correspondências, sofreu um rombo bilionário, como lembrou hoje o deputado Marcus Pestana (MG), que atuou na CPI dos Fundos de Pensão, ao compartilhar reportagem da “GloboNews”. (veja abaixo)

O deputado do PSDB-GO afirma que uma das bandeiras do PSDB é a boa administração pública. Para ele, os Correios ainda podem sobreviver, mas, para isso, é necessário eliminar o fisiologismo e o corporativismo deixados pelo PT e que criaram todas as condições favoráveis à má gestão. “É preciso avançar. Se permanecer como estatal tem que haver meritocracia para os cargos de chefia para que, gradativamente, melhore a gestão. No Brasil isso é bem difícil”, aponta.

Entre 2013 e 2017, a estatal teve prejuízos superiores a R$ 6 bilhões. No ano passado o governo chegou a sinalizar uma privatização ou abertura de capital da companhia, mas o plano ficou na gaveta. Para Vecci, esse pode ser um caminho, mas é preciso também cautela. “Eu só espero que, se ocorrer a privatização, não saia do monopólio estatal para o monopólio privado. Que sejam criadas condições para termos competitividade entre empresas que lidam com entregas”, afirma.

Confira também o tweet postado hoje pelo deputado Marcus Pestana sobre o rombo bilionário do Postalis:

(Djan Moreno/ Fotos: Fernando Frazão/Agência Brasil e Alexssandro Loyola)

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12 março, 2018 Destaque1, Últimas notícias Sem commentários »

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