Reformas amplas devem pautar agenda do futuro no país, diz Marcus Pestana
O deputado Marcus Pestana (MG) disse que o Congresso Nacional deve focar esforços em votar medidas que melhorem a governança da máquina pública e o impacto fiscal. “A agenda do futuro é de reformas mais amplas”, disse ele durante o programa “Expressão Nacional”, da TV Câmara. O tucano avaliou medidas que podem melhorar o ambiente de negócios e ajudar a resolver o gigantesco déficit público.
Ele lembra que no governo Dilma houve a desmoralização da contabilidade pública e a desorganização das finanças. O ambiente institucional foi contaminado pela desconfiança e o Brasil enfrentou a maior recessão da história.
Pestana considera que o governo de transição adotou uma agenda ousada. Entre as boas notícias estão a queda da inflação e da taxa Selic. Para isso, ocorreram mudanças importantes: a reforma trabalhista, a regulamentação da terceirização e o teto de gastos. “Fruto disso é que vamos crescer 1% do PIB, saímos da recessão e para o próximo ano o crescimento deve superar os 3%”.
Sobre o lado negativo, ele cita a queda de investimento e o rebaixamento do Brasil por duas agências de rating. Para recuperar o desenvolvimento econômico, algumas questões são consideradas essenciais, como a reforma tributária. Pestana também levantou o debate sobre o déficit nominal, que chegou a 10% do PIB nacional. “Toda dona de casa sabe que não se pode aumentar a dívida. Esgota o endividamento, vende o patrimônio, até a hora em que a realidade cobra uma decisão: aumentar a receita ou cortar despesa. Não tem mágica!”, declarou.
Para Marcus Pestana, entre as ações positivas, algumas tendem à melhora da governança das agências reguladoras, dos fundos de pensão e a questão do teto salarial no serviço público. O combate a privilégios, segundo ele, é uma cobrança da sociedade. “Ainda há um grupo com muitos privilégios, enquanto o trabalhador passa grandes dificuldades para sobreviver”, disse.
Para o tucano, outra medida positiva será diminuir o tamanho do Estado. “O Estado tem que ser socialmente necessário – menos fazedor, mais eficiente e mais regulador”, reiterou. Ele citou o “contrabando ideológico” na época da desestatização da Embraer, das telefonias e da Vale. “Estaríamos na idade da pedra em termos de computação se não fosse a privatização”, disse.
Também participaram do debate o deputado Henrique Fontana (PT/RS) e os economistas Felipe Salto, diretor da Instituição Fiscal Independente, e Paulo Kliass, especialista em políticas públicas e gestão governamental do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
Confira o debate:
(Ana Maria Mejia)
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