Mais mulheres devem participar e tudo começa pela conscientização, por Geovania de Sá

Tudo começa com o sonho e o desejo de fazer a diferença. Falo isso com a certeza de quem, em 2012, foi eleita a vereadora mais votada da história de Criciúma, com 5.676 votos, sem nunca ter concorrido a nada no cenário político! A explicação? Tenho várias, mas começo pela minha fé. Fé em um Deus que guia as minhas ações e sabe que trabalho para fazer o melhor e na certeza de que é preciso sonhar para avançar nos nossos desejos e planos.

Assim, a nove meses das eleições, minha expectativa é que mais mulheres disputem cargos em todos os estados, que a presença feminina seja maior nas Assembleias Legislativas, na Câmara Federal, no Senado e nos estados. É preciso que sejamos protagonistas e não esperarmos que os homens venham nos convidar para fazer parte do mundo político.

É uma vontade que precisa ser nossa! As mulheres não devem estar nos cargos de Poder apenas para preencher pré-requisitos, critérios definidos por leis, mas para fazer a diferença em um momento em que há um clamor muito grande da população por mudanças.

Tenho certeza que faremos essa diferença. Nós, mulheres, vamos trabalhar para sermos as agentes dessa mudança que a população anseia, pois, pelo Censo de 2015, o Brasil tem 104,772 milhões de mulheres (51,6%) e 98,419 milhões de homens.

O Censo mostrou ainda que, no Brasil, as mulheres passaram a viver mais, ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho e são responsáveis pelo sustento de 37,3% das famílias. Diante de tantos dados, as urnas têm de refletir essa realidade que é o nosso cotidiano.

Em 2018, pretendo buscar uma maior participação da mulher na política. Ao andar por Santa Catarina, tenho muito contato com as mulheres catarinenses, espero poder incentivá-las a participarem mais da vida pública e a se candidatarem aos cargos de Poder. Mas esse processo todo deve ser espontâneo, sem necessidade de convites dos partidos políticos nem das lideranças, pois elas podem tomar esta atitude por elas!

É preciso que haja uma pró-atividade das mulheres. Na minha caminhada, o que eu mais sinto falta é da participação espontânea das brasileiras. Percebo uma participação feminina mínima em alguns locais.

O caminho é o da conscientização para que as mulheres se sintam motivadas a se candidatarem. Nós somos o maior número de eleitoras! E, ainda assim, somos apenas 10% dos representantes do povo no Congresso Nacional, o que significa que 90% dos cargos de Poder não fazem ideia das necessidades de metade da população. É preciso mudar esse quadro e ocupar espaços!

(*) Geovania de Sá é deputada federal, eleita pelo PSDB de Santa Catarina, e é também coordenadora de Comunicação Social da Executiva Nacional do PSDB-Mulher.