Por um novo caminho, por Bruno Araújo
Quando foi escolhido para ser o sucessor de Eduardo Campos, o atual governador tinha como principal trunfo o fato de ser considerado bom gestor. Um quadro técnico administrativo capaz de levar à frente o processo que tornou Pernambuco um dos maiores exemplos de desenvolvimento social e econômico de todo o Brasil nos últimos anos.
Basta andar pelo Estado para descobrirmos que a fama de gestor que chegou a acompanhar o atual governador era uma ilusão sem qualquer base concreta. Administrativamente o Estado anda muito mal. Os mais importantes índices que mostram equilíbrio das contas tiveram uma piora rápida e sensível no último ano. O déficit de 2017 alcançou R$ 292 milhões chegando a quase R$ 1 bilhão quando se incluem os juros e amortizações. Enquanto isso, a capacidade de investir em escolas, hospitais, estradas caiu à metade dos tempos de Eduardo Campos.
E pior que as receitas chegam a subir ano passado, mas as despesas cresceram muito mais, num claro sinal de descontrole orçamentário. O Estado já descumpriu o limite prudencial permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e está a um passo de ficar proibido de conceder aumentos, realizar concursos, promoções ou pagar hora extra. Muito perto do colapso.
Os responsáveis pelo atual governo chegaram a afirmar que as decisões que levaram o Estado ao vermelho são planejadas. O problema é que os brasileiros viveram na pele os descuidos com as contas públicas: a maior recessão de todos os tempos, com seu rastro de desemprego, desalento, combinados com a forte queda da qualidade de vida das famílias.
Senti de perto as consequências de um governo que cuida mal das suas contas quando assumi o ministério das Cidades, em maio de 2016. Havia 70 mil obras de casas paradas em todo o País. Saí do ministério com 50 mil obras de casas retomadas, compromissos equacionados, e com os pagamentos em dia.
Quando pregamos equilíbrio de contas não estamos falando apenas de números, mas de oferecer garantias de que não haverá sobressaltos para frente. Na prática, o déficit é como um cheque que o governo emite para a população pagar. Nesta trajetória, o futuro do Estado está ameaçado. É necessário mudar de rumo.
(*) Bruno Araújo é deputado federal pelo PSDB-PE e presidente do diretório estadual.
Deixe uma resposta