Shéridan vai ao Planalto cobrar soluções para crise migratória em Roraima


A deputada Shéridan (RR) integrou comitiva de deputados de Roraima em reunião com o presidente Michel Temer nesta terça-feira (30), em Brasília, para pedir ajuda federal no suporte aos imigrantes venezuelanos. Os parlamentares protocolaram documento com sugestões ao Planalto para ajudar o estado, que é a principal porta de entrada para os refugiados. Entre as ideias, está a construção de campos de refugiados e hospital de campanha.

Os venezuelanos fogem da fome, do desemprego e da falta de serviços de saúde no país vizinho. Segundo Shéridan, é importante que o governo brasileiro supra as demandas locais por conta da crise e possa adotar uma postura diplomática capaz de lidar com a entrada descontrolada de imigrantes.

A tucana tem cobrado soluções desde o início da onda migratória, em 2015. Ela relata o caos nas ruas de Boa Vista e o colapso nos serviços públicos. Cerca de 60 mil venezuelanos estão vivendo em Roraima, de acordo com o documento protocolado pelos deputados no Planalto. Só na capital são 40 mil – mais de 10% da população de Boa Vista.

“Precisamos avançar no sentido de termos um suporte, um auxílio. Todo o estado está sobrecarregado. Vemos o aumento na violência, o recrutamento de venezuelanos por facções criminosas, o crescente número de pessoas nos nossos hospitais, sobrecarregando as unidades de saúde. E fora a pauta humanitária: trabalho escravo, tráfico de pessoas, exploração sexual”, relata Shéridan.

A situação é tão grave que, diariamente, cerca de 400 venezuelanos recém-chegados fazem fila na porta da Polícia Federal, em Boa Vista, como mostrou reportagem especial da “Folha de S. Paulo”. Geralmente, são famílias inteiras. De janeiro a outubro de 2017, foram mais de 14 mil pedidos de refúgio.

Os dois abrigos estaduais estão superlotados há meses, enquanto o fluxo na fronteira só aumenta. A cidade de Pacaraima, a primeira do lado brasileiro, sofre com os mesmos problemas de Boa Vista. Faltam escolas para tantas crianças e atendimento na saúde pública. A prefeita da capital, Teresa Surita, informou à Folha que já foram feitos diversos pedidos de ajuda ao governo federal, mas a distância parece impedir que as autoridades federais tenham real noção do problema.

Segundo Shéridan, ministros já foram ao estado e recursos foram enviados. “Ainda não vemos resultado e é o que precisamos agora”, alerta a tucana.

De acordo com a tucana, a situação tem angustiado a todos no estado. “Não é a primeira vez que venho fazer esse apelo. Mostramos nossa situação, tratamos de pontos da nova Lei de Migração, que dependem de decretos e precisam ser resolvidos”, reforçou a deputada.

Diante dos pedidos feitos pelos parlamentares, Shéridan afirma que o presidente da República se comprometeu em agir no sentido de sanar o caso. “Temos que acreditar, ter esperança. Espero que o governo se aproprie da responsabilidade que é dele. Dessa pauta diplomática, com o Mercosul, de frear essa entrada desenfreada e atender as demandas. Esperamos agora ver resultados”, ressaltou.

Os parlamentares pedem a instalação de um Gabinete Integrado de Gestão Migratória Interinstitucional, um programa de distribuição dos imigrantes já refugiados em Roraima aos demais entes da federação, aumento do controle na fronteira para reprimir a entrada de drogas e armas; destinação de recursos à saúde, em razão da ocupação de 40% dos leitos pelos venezuelanos; recursos para alimentação de refugiados desabrigados; programa de atendimento de assistência social no apoio à regularização de documentos de triagem de necessidades básicas, como alimentação, vestuário e medicação; e instalação de campos de refugiados com hospital de campanha.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Facebook)

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31 janeiro, 2018 Banner, Últimas notícias Sem commentários »

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