Tucanos repudiam declaração de presidente do PT sobre julgamento de Lula


Deputados do PSDB rechaçaram as declarações da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, de que será preciso “matar gente” para que o ex-presidente Lula possa ser preso. A petista fazia referência ao julgamento do ex-presidente, que acontece no próximo dia 24. Para os tucanos, a declaração soou como ameaça e demonstrou total irresponsabilidade da comandante do Partido dos Trabalhadores.

Em entrevista concedida ao site Poder 360, Gleisi disse que desconsidera a chance de o correligionário ser condenado no julgamento marcado para a próxima quarta-feira no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. “Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”, afirmou. Lula já foi condenado a nove anos e seis meses de prisão no julgamento em primeira instância no caso do tríplex do Guarujá em julho do ano passado.

Para o deputado Rogério Marinho (RN), Gleisi mostra uma das principais características de seu partido: o descaso com a Justiça. Numa clara demonstração disso, a senadora ressaltou ainda não acreditar que a candidatura de Lula nas eleições deste ano possa ser impedida, mesmo que ele seja condenado.

“O PT não acredita na Justiça, acredita no projeto de poder e por ele vale tudo: roubar, trair, quebrar o país, e até matar quem pensa diferente”, apontou Marinho.

Na avaliação do deputado Silvio Torres (SP), Gleisi e o PT vão na contramão do país, pois torcem e trabalham pelo caos. “Enquanto o povo se agarra a uma luz de esperança por dias melhores, a presidente do PT ameaça a nação com o caos e as trevas”, disse à coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

O deputado Betinho Gomes (PE) vê as declarações da petista como uma tentativa de ameaça ao trabalho da Justiça, no intuito de interferir no resultado do julgamento de Lula. Para ele, a senadora incita a violência.

“Essa fala é de uma irresponsabilidade sem limites. A presidente do PT deveria ter vergonha de incitar esse tipo de discurso que alimenta ódio e divisão. Deixem o judiciário trabalhar e tomar com independência sua decisão”, disse o pernambucano.

Diante da ameaça de conflitos nas ruas da capital gaúcha no dia do julgamento, o prefeito Nelson Marchezan Junior reforçou o esquema de segurança em Porto Alegre. O efetivo policial foi aumentado na área do tribunal. A Brigada Militar está de prontidão no local e equipes da Polícia Federal e do Exército já estão em atividade. Estão previstas manifestações contra e a favor de Lula.

(Reportagem: Djan Moreno)

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17 janeiro, 2018 Últimas notícias Sem commentários »

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