Resultado das eleições no Chile reforça enfraquecimento da esquerda na América Latina, avalia Macris


Para Macris, a tendência no Brasil é de seguir os mesmos passos de nações como Chile e Argentina e não eleger candidatos de esquerda no próximo pleito, em 2018.

A esquerda está perdendo força eleitoral em importantes países da América Latina. Integrante da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o deputado Vanderlei Macris (SP) avalia a vitória de Sebastián Piñera nas eleições presidenciais no Chile como mais uma mostra disso.

Piñera já foi presidente do Chile (2010 a 2014) e foi eleito neste domingo (17) para governar novamente a nação como sucessor da socialista Michelle Bachelet. O candidato de direita venceu, com 54% dos votos, o centro-esquerdista Alejandro Guillier.

Macris avalia que há um movimento social de rejeição aos governos de esquerda na América Latina porque as pessoas acreditaram em supostos projetos de reconstrução e de ascensão social, mas acabaram se decepcionando. Assim como no Peru, com Pedro Pablo Kuczynski, e na Argentina, com Maurício Macri, o tucano acredita que o Brasil e outras nações na região tendem a dizer não definitivamente à esquerda.

O parlamentar do PSDB ressalta que o Chile, diferentemente de nações que ainda vivem regimes autoritários de esquerda como a Venezuela, tem uma democracia consolidada, com alternância de poder regular. Já no país governado por Nicolás Maduro, aliado do PT, crianças estão morrendo de fome, como denunciou o jornal “The New York Times”, como consequência do verdadeiro colapso econômico do país vizinho.  

Na avaliação do deputado, ao longo dos últimos anos, no Chile, como na maioria dos países que vinham sendo governados pela esquerda, houve uma decepção da sociedade com esses governos que prometeram caminhar na direção de uma política social mais avançada, o que não aconteceu.

“Muito deixaram a desejar, principalmente na questão da incompetência de gestão e na questão ética, que afloraram muito com reflexos na vida do cidadão latino-americano, que acaba por chegar à conclusão de que a ausência de competência na gestão e da ética influenciam diretamente em sua vida”, analisou nesta segunda-feira.

ESQUERDISTAS POPULISTAS E DEMAGÓGICOS

Macris explica que os governos de esquerda no continente se revelaram, em sua maioria, populistas e demagógicos, muito mais conservadores que qualquer gestão de direita, e levaram as nações a enfrentarem profundos problemas sociais em virtude do mau uso dos recursos públicos e a tentativa de perpetuação no poder.  

“É razoável imaginar, com isso, que a situação da esquerda no continente merece uma reflexão mais aprofundada. Mas, por outro lado, a sociedade mostra claramente que está mais confiante em um discurso mais realista e que contesta essa postura da esquerda latino-americana”, aponta o deputado do PSDB.

Para Macris, a tendência no Brasil é de seguir os mesmos passos de nações como Chile e Argentina. Isso porque a gestão petista, que se dizia de esquerda no país, empurrou os brasileiros para a maior crise econômica, ética e moral da história nacional.

“O Brasil não vai ficar longe dessa mudança de postura, pois o governo que se dizia de esquerda se mostrou conservador ao extremo, antiético e incompetente. O pouco de apoio que resta a esse tipo de pensamento não será capaz de trazê-los de volta ao poder.  É um tipo de ideologia que possivelmente não vai mais governar nações como Chile, Argentina ou Brasil”, avalia.

(Reportagem: Djan Moreno/foto: Alexssandro Loyola)

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18 dezembro, 2017 Banner, Últimas notícias Sem commentários »

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