Em conversa com jornalistas, Tripoli faz balanço do ano legislativo e projeções para 2018
O líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), convidou nesta segunda-feira (18) os jornalistas que cobrem as atividades da Câmara para um balanço do ano legislativo. Reforma da Previdência e as perspectivas para as eleições 2018 foram exemplos de temas abordados na conversa. Confira os principais pontos:
CONVENCIMENTO NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA: O PSDB está pronto para votar a reforma da Previdência, ressaltou Tripoli, que lembrou o fechamento de questão anunciado na última quarta-feira (13) em reunião da Executiva.
Questionado sobre resistências internas ao projeto, lembrou que em nenhuma bancada há apoio completo. “Na nossa, atingimos 50% e estamos buscando, no convencimento, ampliar esses apoios. E o fechamento de questão ajuda muito”, ressaltou. Ele calcula que se cada partido da base der 60% dos votos a proposta será aprovada. “O PSDB tem interesse na aprovação da reforma”, reforçou.
O deputado fez, ainda, uma retrospectiva do debate interno realizado pela bancada envolvendo o tema. Ainda em março, os deputados se reuniram para discutir a proposta com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, além de um seminário com o Paulo Tafner, especialista no tema. A partir disso, nove pontos foram apresentados ao relator pelo PSDB, e a maioria das sugestões foi acatada.
ATUAÇÃO COM LÍDER: Tripoli lembrou sua convivência nos anos 80 com dois personagens históricos da vida nacional: Mario Covas e Janio Quadros. Segundo ele, esse tipo de experiência deu a ele bagagem política para lidar com um ano turbulento como 2017. Ele ressaltou que a bancada é heterogênea, composta tanto por políticos experientes quanto por vários jovens, com pensamentos diversos. “A gente tinha que discutir e conversar sempre, e o resultado foi bom. Conseguimos avançar”, resumiu. Atualmente, 46 parlamentares estão em exercício no PSDB na Câmara. Político experiente, o tucano disse ter ficado orgulhoso com a juventude do partido, em especial. “Conseguimos dar um ‘empurrão’ na garotada. Hoje boa parte não depende dos outros e tem luz própria para tocar a vida deles, cada um em sua área de atuação”, elogiou.
PÓS-LIDERANÇA E ELEIÇÕES: Após entregar a Liderança para o deputado Nilson Leitão (MT) em 1º de fevereiro, Tripoli disse que volta a sua base eleitoral, se dedicando, em especial, às duas áreas temáticas principais de sua atividade parlamentar: meio ambiente e proteção aos animais.
Recém-eleito para a 2ª vice-presidência nacional do partido, o tucano acredita que será preciso conversar bastante durante o processo de montagem das chapas para as eleições de 2018. “Teremos muito a conversar a respeito do PSDB nacional. Pretendemos ter o maior número possível de estados com candidatos a governador, além de expandir as chapas para a Câmara e Senado”, ressaltou Tripoli, que também citou o trabalho desenvolvido por uma comissão partidária interna responsável por definir o funcionamento das prévias para definir a candidatura à Presidência.
Para ele, as próximas eleições serão atípicas não apenas em virtude das mudanças nas regras de financiamento da campanha, mas também porque os eleitores serão bastante rigorosos. “A classe política passará por teste de percurso que não será fácil”, avaliou, ao ressaltar as cobranças feitas não apenas pela mídia, mas também pelos eleitores por meio das mídias sociais.
PAPEL DO CONGRESSO: Para Tripoli, o Congresso tem papel importante no processo de recuperação econômica do país. “Sabemos que o Brasil precisa melhorar. E as oportunidades ainda estão aqui”, ressaltou. Questionado sobre os projetos mais importantes votados recentemente, citou a questão da terceirização, o teto de gastos e as reformas trabalhista e política.
A prisão de políticos mostra que o Brasil está mudando, segundo o líder do PSDB, e questão do fim do foro privilegiado deve ser um dos grandes temas do próximo ano no Parlamento. A PEC que muda as atuais regras será debatida em 2018 em uma comissão especial da qual o tucano faz parte.
ADVERSÁRIO NÃO SE ESCOLHE: Questionado sobre o possível afastamento da candidatura de Lula por causa da Lei da Ficha Limpa, Tripoli disse que “adversário não se escolhe”. “O que deve ocorrer com ele é uma questão de Justiça. Nós temos que definir nosso programa e apresentar isso à sociedade”, apontou. Para ele, a questão ética vai ser o “grande norte” da próxima eleição. O tucano elogiou o trabalho da imprensa e disse que os jornalistas produziram uma série de informações que serão úteis para o eleitorado fazer boas escolhas em 2018.
AGENDA AMBIENTAL: Para o deputado, esse tema ficou muito afastado em 2017 e precisa voltar ao centro da discussão. “Alguns dizem que o debate sobre ar, água, não tem muito importância, mas estamos vendo o que está acontecendo no mundo inteiro”, alertou, ao citar a desertificação em áreas antes alagadas e enchentes onde antes havia seca. Segundo ele, infelizmente há integrantes da classe política que vivem no século XXI, mas com mentalidade do século XX em relação a este assunto.
(Reportagem: Marcos Côrtes e Djan Moreno/fotos: Alexssandro Loyola)
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