Sintonizado com novos desafios, PSDB lança diretrizes para revisar programa partidário
Às vésperas de completar 30 anos de fundação, o PSDB se prepara para um amplo debate visando revisar seu programa partidário. Passo importante neste processo foi dado nesta terça-feira (28) com a apresentação do documento “Gente em primeiro lugar: o Brasil que queremos” (leia a íntegra), durante reunião ocorrida no Salão Nobre da Câmara. Vários deputados participaram do evento e ressaltaram a importância da reconexão do partido com as ruas e da unidade partidária para o fortalecimento da legenda, que tem um vasto legado de ações em prol do Brasil ao longo dessas quase três décadas de atuação.
A elaboração foi coordenada pelo presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), José Aníbal, que apresentou a proposta durante o evento. Entre os objetivos estratégicos estabelecidos no texto estão a retomada do crescimento, o combate à pobreza, a oferta de igualdade de oportunidades para todos, a eliminação de privilégios consolidados por décadas, a prestação de serviços públicos adequados, o fortalecimento da Federação e a promoção do desenvolvimento regional.
Em sua fala, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), reiterou o compromisso do partido com o país. “O PSDB nunca virou as costas para o pais, seja na definição do teto de gastos, da reforma do ensino médio, das reformas trabalhista e política”, ressaltou. Para ele, o texto apresentado hoje é um passo para melhorar a interlocução com a sociedade.
O deputado Marcus Pestana (MG) defendeu que a nova Executiva Nacional, a ser eleita em 9 de dezembro, organize um Congresso programático tendo esse documento como norteador das discussões. Para ele, a inovação é um tema que está na agenda nacional e exige uma mudança de prática para inserir a sociedade das redes sociais na construção da nova social democracia. Também ressaltou a importância da unidade partidária. “A unificação do partido deve ser o tema para 2018, pois embora as divergências sejam legítimas, o PSDB tem um papel central na organização do centro político brasileiro e essa responsabilidade nos impõe a agenda da unidade”, ressaltou Marcus Pestana.
O secretário-geral do partido, deputado Silvio Torres (SP), reiterou que durante a convenção, além de eleger a nova direção, também devem ser referendados o novo Estatuto e o novo Código de Conduta. Ambos serão apresentados em reunião marcada para a próxima quinta-feira (30) na sede da legenda. Para o tucano, a principal mudança será na instituição de um sistema que dará maior transparência a todos os atos do partido. “Será um grande avanço para haver sintonia com os anseios e expectativa da sociedade”, disse.
Torres anunciou ainda que, nesta reunião, será apresentado um anteprojeto para a instalação de primárias, ou seja, um sistema de como o PSDB procederá para escolha de candidatos nos âmbito municipal, estadual e nacional. Assim como Pestana, ressaltou a questão da unidade.
“O partido dá um passo importantíssimo em direção a 2018, mantendo apenas uma chapa proporcional para eleger a nova executiva”, disse ele, reiterando que o documento também deve ser saudado como aquele que vai trazer a unidade e a sintonia do partido com as ruas.
DEBATE COM A SOCIEDADE
A proposta de atualização das diretrizes partidárias, 30 anos depois de sua criação, pretende estimular o debate dentro do partido e no âmbito de organizações da sociedade civil. O resultado dessas contribuições – num processo amplo e democrático – será analisado no Congresso Nacional temático para marcar os 30 anos da sigla em 2018.
“Ele tem de ser debatido com a sociedade, em todos os foros possíveis para que o resultado seja não apenas a vontade do nosso partido, mas o que a sociedade quer daqueles que serão seus representantes”, disse Silvio Torres.
Ao definir um Estado eficiente, “nem máximo, nem mínimo, mas indutor do desenvolvimento” o texto-base inclui redução da máquina e a previsão de dobrar a renda per capita em 20 anos. Para avançar, é preciso destravar o processo produtivo e uma política arrojada de reestruturação das finanças do governo.
Ao apresentar o documento, José Aníbal destacou o caráter reformista proposto na agenda com corte de ministérios, criação de critérios de avaliação para funcionalismo, redução de privilégios, defesa de privatizações e concessões, recuperação da capacidade regulatória e superação da crise de financiamento do Estado.
Ele destacou ainda as três primeiras prioridades: Educação, Saúde e Segurança. Educação é tratada como a grande agenda nacional de transformação social em busca de uma sociedade mais justa e igualitária com ênfase para a primeira infância.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/fotos: Alexssandro Loyola)
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