Tripoli participa da Conferência da ONU sobre mudança do clima
Termina nesta sexta-feira (17) a 23ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP23), em Bonn, na Alemanha. O líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), foi um dos representantes do Congresso Nacional brasileiro no evento, que reuniu negociadores de diversos países com o objetivo de discutir a implementação do Acordo de Paris e as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) para limitar o aumento da temperatura global.
Durante 12 dias de programação, eventos paralelos mobilizaram representantes da sociedade civil e do setor privado, da academia e de organismos internacionais na discussão de políticas de desenvolvimento sustentável, com base no combate à mudança global do clima.
“Basicamente estamos trabalhando para que a implementação do Acordo de Paris se efetive”, resumiu Tripoli em sua página no Facebook. Pelo tratado, assinado em 2015 e em vigor desde o ano passado, 195 nações se comprometeram a combater as mudanças climáticas limitando a elevação da temperatura global a apenas 2º Celsius, com, por exemplo, a redução da emissão de gases de efeito estufa.
O tucano participou de vários painéis e exposições, entre eles o Painel Amazônia, que contou com a presença de representantes de nove estados brasileiros. Segundo o deputado, o painel foi fundamental para que o mundo conhecesse mais sobre a Amazônia e sua importância.
O parlamentar alertou para a preocupação existente no exterior quanto a gestão ambiental no Brasil. “Conversando com integrantes das delegações estrangeiras percebo que há muita preocupação com os rumos da gestão ambiental no Brasil”, avisou o líder do PSDB.
Em uma de suas intervenções durante a conferência, Tripoli discursou sobre a defesa animal. “Sempre que a gente vê um fundo voltado para a área ambiental, é sempre focado para a área de flora, e nunca para a fauna. Deixo esse recado, aproveitando a oportunidade de falar para quem vai disseminar essa ideia no mundo todo, pois é fundamental que tenhamos uma visão clara disso”, afirmou.
O tucano lembrou que os animais são parte fundamental dos biomas e compõem a biodiversidade. Como ressaltou, o Brasil, inclusive, “tem a maior biodiversidade do planeta e ainda sabe muito pouco aproveitar isso cientificamente”.
Tripoli participou ainda de painel sobre reciclagem, no qual foram expostas novas técnicas de reutilização de materiais.
Durante a conferência, seis novas iniciativas voluntárias globais foram apresentadas, abordando aspectos relacionados aos transportes e as mudanças climáticas. Entre elas, a iniciativa “Below50” (Abaixo de 50), que estabelece o comprometimento de empresas, países e organizações com o uso de combustíveis sustentáveis que produzam pelo menos 50% emissões de CO2 a menos, em comparação com os combustíveis fósseis convencionais.
Cidades e companhias também se uniram em iniciativas sustentáveis, como, por exemplo, para acelerar o uso de veículos elétricos para que se tornem padrão e deixem de lado aqueles que utilizam combustíveis poluentes.
Representantes brasileiros apresentaram estudo sobre a importância da bioenergia na transição de uma economia baseada em recursos fósseis para uma focada em energias renováveis. O estudo mostra como é possível utilizar, além do açúcar das plantas, fibras e outras partes dos vegetais na produção de bioenergia, o chamado bioetanol de segunda geração.
O Brasil se comprometeu a promover uma redução das emissões de gás carbônico de 37% abaixo dos níveis de 2005, até 2025 e, posteriormente, 43%, até 2030. Para isso, o país precisa adotar medidas para aumentar a participação da bioenergia sustentável na matriz energética para aproximadamente 18% até 2030. Além disso, deve expandir o consumo de biocombustíveis, elevar o suprimento de etanol, inclusive aumentando a participação de biocombustíveis avançados de segunda geração e aumentar a presença do biodiesel na mistura do diesel.
O país foi criticado por ir à contramão da meta e ter aumentado a emissão de gases do efeito estufa nos últimos dois anos. A expectativa durante o encerramento da conferência é de que os delegados de todos os países signatários do Acordo de Paris consigam alcançar seu principal objetivo: esboçar um plano, batizado de “Livro de Regras”, com propostas concretas para tirar tratado do papel, numa corrida contra o tempo para deter o aquecimento global.
(Reportagem: Djan Moreno, com informações da Agência Brasil/fotos: divulgação)
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