A falência do “Socialismo do Século 21” – Análise do Instituto Teotônio Vilela
A Venezuela continua sua trajetória rumo ao mais profundo fundo do poço. Para uma nação que há 18 anos convive com um dos regimes mais equivocados da história recente, até que demorou muito para que o país tivesse sua falência decretada. O país de Hugo Chávez e Nicolás Maduro só é exemplo para o PT.
A situação de insolvência coroa as políticas demagógicas, irresponsáveis e populistas postas em marcha pelo chavismo ao longo de quase duas décadas. Em nome do “socialismo do século 21”, alcunha que calha à perfeição ao estado de degradação em que vivem os venezuelanos, as finanças do país foram exauridas. Não há dinheiro para mais nada.
Na terça-feira e ontem, credores e algumas agências de rating declararam o default (calote) parcial da dívida da Venezuela e da estatal de petróleo PDVSA. Pode ser uma das maiores quebras da história.
Entre os caloteados está o governo brasileiro – a quem a Venezuela deve cerca de US$ 4,5 bilhões – e fundos de pensão estatais, como o dos Correios, cujos aposentados e pensionistas tomaram um beiço ao comprar títulos podres de Caracas, numa política orquestrada pelos governos petistas.
As reservas venezuelanas somam US$ 9,7 bilhões para uma dívida de US$ 150 bilhões. A produção de petróleo, principal riqueza do país, é a menor em 28 anos e hoje a Venezuela importa até gasolina.
Anteontem, o governo venezuelano apressou-se a fechar um acordo de renegociação com o governo da Rússia para tentar mostrar que ainda está vivo. Irrelevante: foram equacionados meros US$ 3 bilhões. Na operação Maduro-Putin há, contudo, muito mais geopolítica do que economia envolvida.
A aproximação visa reproduzir com a Venezuela o que Cuba foi para a União Soviética: um enclave avançado na América Latina. Seu maior credor, a China, também tem interesse na operação, de olho nas reservas de petróleo locais – as maiores do mundo, equivalentes a 17% do total, segundo a BP.
Mesmo sentado em tamanha riqueza, o chavismo transformou a Venezuela num pária no mundo. O dinheiro do petróleo foi usado em políticas populistas e insustentáveis. O resultado é que hoje falta tudo – de alimentos a medicamentos e itens de higiene, disputados a tapa nas ruas – num país que não produz quase nada e onde o dinheiro praticamente desapareceu.
Os venezuelanos também convivem com a mais alta inflação global – em torno de 1.400%, segundo estimativas não oficiais – e uma das maiores taxas de criminalidade. Sem os ganhos do petróleo, as contas do governo local não fecham. Neste e nos últimos quatro anos, o PIB local decaiu 50%.
O chavismo é uma utopia para os saudosos do socialismo e de sistemas autoritário-populistas de governo. Na realidade, não passa de uma ditadura: desde o início de 2015, 8 mil venezuelanos foram detidos de forma arbitrária, segundo relatório elaborado por uma ex-procuradora local, e só neste ano 107 pessoas foram mortas em confrontos com as forças de segurança.
Só petistas e assemelhados veem a Venezuela como exemplo a ser seguido. Isso diz muito do que propugnam para o Brasil e para a nossa democracia. O chavismo é uma experiência da qual não apenas os venezuelanos, mas todo o continente, precisam se ver livres rapidamente, por meio de eleições limpas. O povo venezuelano não merece o socialismo que há quase duas décadas o parasita.
(fonte: ITV)
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