Parlamentares tucanos celebram os 500 anos da Reforma Protestante

A Câmara dos Deputados celebrou nesta terça-feira (31), em sessão solene, os 500 anos da Reforma Protestante e o Dia Nacional da Proclamação do Evangelho. O deputado Fábio Sousa (GO), um dos proponentes da sessão, destacou a importância de celebrar a decisão do monge alemão Martinho Lutero, em 31 de outubro de 1517, de pregar suas 95 teses na porta da igreja do castelo da cidade de Wittenberg.

“A reforma protestante trouxe uma nova forma de se entender e compreender as escrituras, voltando à simplicidade do evangelho de salvação pela graça, que o apóstolo Paulo tinha ensinado em suas cartas”, destacou Sousa. 

As teses representavam uma tomada de posição contra o que Lutero considerava práticas abusivas do clero católico, a exemplo da venda de indulgências (uma forma de perdão dos pecados), e posições doutrinárias que desviavam dos valores da fé cristã. Segundo Sousa, Lutero pretendia apenas reformar a igreja. Mas seu gesto influenciou o movimento mundo afora e vieram, entre outros líderes, João Calvino e Teodoro de Beza, que proclamaram essa correção de rumo em diferentes países.

Do século XVI para cá, a reforma marcou a história, tanto da Europa quanto dos demais continentes, por meio da atuação de missionários luteranos, reformados (congregacionais, presbiterianos), batistas, metodistas, anglicano-episcopais. No século XX surgiram os pentecostais, expressão de um movimento de protesto e afirmação da população negra, migrante, feminina e pobre nos Estados Unidos.

“Todos somos filhos dessa reforma”, reforça Fabio Sousa, destacando que a reforma protestante foi além da revisão espiritual: houve conquistas sociais, históricas e políticas. Com ela, surgem a liberdade de expressão, separação entre Estado e religião, as crenças democráticas e avanços econômicos. Na educação, ele cita as universidades de Princeton e Harvard, que nasceram como seminários teológicos.

Falando em nome do PSDB, a deputada Geovania de Sá (SC) disse que em pouco tempo o ato revolucionário do monge alemão mudou a vida de homens e mulheres que passaram a conhecer o cristianismo bíblico. “O cristianismo que prega graça, poder e amor de Deus”, afirmou ela.

A parlamentar afirmou também que no dia da Proclamação do Evangelho, é impossível não lembrar que Cristo viveu, sofreu e morreu por todos. “Evangelho são as boas novas e, sem dúvida, a maior esperança de salvação e transformação na vida do homem”, reiterou.

Segundo ela, o censo demográfico de 2010 apontou que 22% da população brasileira são evangélicos, proporção que evoluiu fortemente nas últimas décadas, tendo inclusive aumentado a representação no Parlamento brasileiro. “Se aos evangélicos acrescentarmos os católicos, e os seguidores dos demais ramos do cristianismo, verificaremos que 90% do povo brasileiro são cristãos”, disse.

Para a deputada, membro da igreja Assembleia de Deus, hoje é um dia para ser lembrado, e também para se construir pontes fazendo emergir a introspecção, a reflexão, o desejo sincero de colocar em prática as lições de Cristo em nossas vidas – nos relacionamento com a família, amigos, inimigos, nação e igreja.  

(Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola)