Parlamentares do PSDB elogiam trabalho da missão brasileira no Haiti


Presidida pela deputada Bruna Furlan (SP), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara realizou nesta quarta-feira (25) audiência pública na qual foi apresentado balanço dos 13 anos em que as Forças Armadas Brasileiras estiveram no Haiti. O General Ajax Porto Pinheiro, comandante da MINUSTAH, destacou o sucesso da participação do Brasil na missão da ONU e falou sobre a atual situação da nação caribenha.

Durante o tempo em que esteve no país, Ajax e as tropas brasileiras enfrentaram dois furacões e vivenciaram quatro eleições presidenciais, alguns dos momentos mais turbulentos da estadia dos brasileiros no Haiti.  

As tropas brasileiras contaram com 37.500 militares, incluindo 213 mulheres. A principal tarefa dos militares brasileiros foi a manutenção de um ambiente seguro e estável no Haiti. Com o apoio desse alicerce, outros atores no terreno puderam realizar suas tarefas de ajuda humanitária e de reconstrução do país.

“Graças à segurança e à pacificação propiciadas pelas tropas brasileiras, o governo haitiano pôde reorganizar-se, fortalecer suas instituições e prosseguir na busca de desenvolvimento”, destacou Bruna Furlan.

A deputada esteve no país em junho deste ano e, posteriormente, no dia 31 de agosto representando a Câmara na cerimônia de encerramento da participação brasileira na Minustah. “Em Porto Príncipe todos foram unânimes sobre o sucesso da participação do Brasil”, ressaltou.

Assim como apresentado pelo general Ajax, Bruna explicou que os militares brasileiros acumularam valiosa experiência na gestão de situações de conflito em ambientes urbanos complexos. Além de qualificar as tropas brasileiras para atuar no plano internacional, a missão da ONU foi fundamental para que os militares aprimorassem sua capacidade de ação na Defesa Nacional.

Neste mês houve uma solenidade no RJ que marcou o fim das operações do Brasil na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah).

Assim como colocado por Ajax, Bruna ressaltou que nenhum incidente grave ocorreu com as tropas brasileiras ao longo desses 13 anos. “Todas as operações realizadas pela Minustah, de assunção do controle do terreno, desmantelamento das gangues locais, patrulhamento regular e estabelecimento de postos de controle, estiveram marcados por exemplar profissionalismo”, afirmou.

De forma constante, as tropas brasileiras conceberam ações de caráter cívico-social, como atendimento médico-odontológico, distribuição de alimentos e roupas, fornecimento de água potável, escavação de poços artesianos, asfaltamento de vias e reparação de trechos de estradas. Para Bruna Furlan, a atuação da companhia de engenharia de paz merece uma nota de louvor pelos trabalhos desenvolvidos.

O apoio às vítimas do terremoto de 2010 e do furacão Mathew, em 2016, foi fundamental para os haitianos e, como destacou Bruna, levou as tropas brasileiras a receberem o carinho da população e o respeito da comunidade internacional, a ponto de tornar o Brasil referência em matéria de manutenção de missões de paz.

Para o deputado Vanderlei Macris (SP), a atuação dos brasileiros na busca pela reconstrução do Haiti, após anos de conflitos e em meio a catástrofes naturais, é motivo de orgulho. “E, assim como disse o general Ajax, o maior aprendizado para as Forças Armadas é exatamente participando das missões de paz”, apontou.

A Minustah foi criada em fevereiro de 2004 para restabelecer a segurança e normalidade institucional do Haiti após sucessivos episódios de turbulência política e violência, que culminaram com a partida do então presidente, Jean Bertrand Aristide, para o exílio. O Brasil sempre comandou o componente militar da Missão (2004-2017), que teve a participação de tropas de outros 15 países.

“Nós, brasileiros, sabemos da brava gente que temos no Exército, na Marinha e na Aeronáutica, como vimos no cumprimento da missão no Haiti. Esse aprendizado jamais será esquecido, pois ele se transformará numa cartilha que servirá para todas as próximas missões e atuação das nossas Forças”, reforçou Macris, ao ressaltar o reconhecimento da CREDN a todos que participaram da missão da ONU.

Em meio a todo trabalho de reconstrução, manutenção da paz e da segurança no Haiti, duas catástrofes naturais atingiram o país. Em janeiro de 2010, um terremoto causou a morte de mais de 200 mil pessoas. Em 4 de outubro de 2016, o furacão Matthew causou inundações e deixou milhares de desabrigados, além de causar cerca de 900 mortes.

Ainda assim, para o general Ajax, a Minustah cumpriu sua missão, seja com o restabelecimento da ordem, com a caçada às gangues, por exemplo; seja com a importante ajuda humanitária e o legado que ela deixou ao país, como os poços artesianos. A estabilidade vivida no país, mesmo com os percalços ao longo dos 13 anos, como as catástrofes naturais, é um outro legado indiscutível. Em 13 anos foram três presidentes eleitos, o governo e o legislativo funcionam e as instituições têm melhorado sensivelmente, assim como a economia do país.

(Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola e Vladimir Platonow/Agência Brasil)

Compartilhe:
25 outubro, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *