Câmara presta homenagem ao ex-deputado Flávio Portela Marcílio


A Câmara dos Deputados celebrou, em sessão solene, o centenário de Flávio Portela Marcílio, piauiense de Picos, que exerceu sete mandados e foi três vezes presidente da Câmara dos Deputados. Em sua biografia, é considerado um político que engrandeceu a política e buscou valorizar o funcionalismo público. Foi ele o responsável pela construção do Anexo IV da Câmara para melhor acomodar os deputados.

Professor universitário, jurista e político, ele cumpriu seus mandatos em tempos de bipartidarismo. Em discurso, o deputado Izalci Lucas (DF) ressaltou a oportunidade de celebrar a memória e o legado de um dos mais importantes políticos da história brasileira.

“Uma das figuras proeminentes que fez a diferença na vida política do Brasil, nas décadas em que o país precisava definir sua história e mostrar ao mundo que existia para além das riquezas naturais e da distância do mundo dito desenvolvido”, disse.

Izalci lembrou ainda que Flávio Marcilio, nascido no Piauí, representou com garra o povo nordestino no Parlamento. Primo de Petrônio Portela, conhecido como o Cavaleiro da Esperança e concunhado de Virgílio Távora, que foi governador do Ceará, ele deixou a marca da esperança para todos os brasileiros.

“É com o exemplo desse homem que podemos ter a certeza e acreditar num Brasil maior e mais justo”, afirmou, citando o seu modelo como exemplo para os políticos atuais e principalmente para aqueles que irão compor o parlamento, especialmente os mais jovens.

Izalci trouxe emoção à sessão solene ao ler um trecho de Raquel de Queiroz, segundo ele, costumeiramente citado por Flávio Marcílio.

“Fui tomar satisfação com meu pai sobre esses assuntos do céu: o povo diz que o céu é lá em cima e o inferno lá embaixo. Mas se a terra é redonda e tem céu em toda volta, onde fica o inferno? Ao que o pai, meio agnóstico, meio crente, me deu uma palmadinha carinhosa e saiu com essa: o inferno é aqui mesmo, vá brincar!”

Ao que o deputado completava: “enquanto as crianças brincam, nós temos o dever de garantir que o céu seja mais próximo delas que o inferno”.

TRAJETÓRIA POLÍTICA

Filho de Francisco Carlos Marcílio e Celecina Portela Marcílio, nasceu em 12 de agosto de 1917, advogado e professor, elegeu-se em outubro de 1954 vice-governador do Ceará. Em 1958, com a renúncia do governador Paulo Sarasate, assumiu o governo do estado. Em 1962, elegeu-se Deputado Federal pelo Ceará, exercendo o mandato até junho do mesmo ano, quando foi nomeado presidente do Instituto de Aposentadorias e Pensões.

Neste cargo permaneceu até a deposição do presidente da República, João Goulart, em 1964, quando retornou às suas atividades parlamentares. Com a extinção dos partidos e formação do sistema bipartidário, determinados pelo Ato Institucional nº 2, filiou-se ao partido da situação, a Arena (Aliança Renovadora Nacional), sendo reeleito Deputado Federal em 1966, 1970, 1974, 1978 e 1982.

Foi eleito presidente da Câmara dos Deputados  para os períodos de 28 de fevereiro de 1973 a 2 de fevereiro de 1975; 2 de fevereiro de 1979 a 26 de fevereiro de 1981;  e  de  2 de fevereiro de 1983 a 28 de fevereiro de 1985. Faleceu em 1992.

(Ana Maria Mejia/ Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados)

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16 outubro, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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