Bonifácio deve ocupar relatoria de denúncia contra Temer na vaga de outro partido

Líder concede entrevista nesta quinta.

Após reunião nesta quinta-feira (5) entre os líderes do PSDB na Câmara e no Senado, o presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), e o deputado Bonifácio de Andrada (MG), o partido decidiu sugerir ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que o parlamentar ocupe a vaga de outra legenda no colegiado.

O líder do partido na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), reconheceu a capacidade e o talento de Andrada e destacou sua atitude de procurar as lideranças do partido para expor a importância que dava ao fato de ser designado relator da denúncia.

“Ponderamos ao deputado, a dificuldade que seria um relatório apresentado por ele pelo PSDB. Embora seja um dos melhores quadros que temos, o qual queremos que continue no partido, uma solução seja o desligamento do deputado da CCJ, em combinação com o presidente da comissão, que deve ter uma vaga de outro partido que possa acomodá-lo, para que ele, tecnicamente, faça seu relatório, mas não pela bancada do PSDB”, explicou Tripoli.

Tripoli ponderou que os parlamentares da bancada têm posicionamentos distintos em relação a denúncia. “O PSDB ficará tranquilo no que diz respeito as duas alas de pensamentos diferentes”, afirmou aos jornalistas ao se referir ao desenvolvimento da relatoria fora da vaga do partido na comissão. Tripoli reiterou que os deputados do PSDB serão liberados para votar como quiserem tanto na comissão quanto em Plenário.

DESLIGAMENTO FORMALIZADO

Nesta tarde, o líder comunicou oficialmente à Presidência da Câmara o desligamento de Bonifácio da suplência da CCJ.  Conforme ressaltou, a troca de parlamentares nos colegiados é uma prática comum na Câmara. O líder do PSC, deputado Professor Victório Galli, indicou Bonifácio para integrar a CCJ nesta quinta.

O presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), pontuou os argumentos apresentados pelo presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), em relação a Bonifácio. “São colocações feitas não em detrimento de outros deputados, mas não há ninguém na comissão com o mesmo nível de conhecimento jurídico. Nessa situação, o deputado fica no partido, mas ocupa a vaga de outra legenda, cedida pelo presidente do colegiado, para que o relatório, seja ele com a decisão que for, não divida o partido”.

Bonifácio explicou que recebeu o convite do presidente da CCJ e, diante da grande responsabilidade da missão, vai se manter no posto. “Estou para prestar um serviço ao país e enfrentar o problema”, disse o parlamentar, ao reforçar que deverá permanecer como relator, caso seja esse o desejo do presidente do colegiado.

(Da redação/foto: Alexssandro Loyola)