Carta de Formulação e Mobilização Política
O emprego reage – Análise do Instituto Teotonio Vilela
As principais metas da recuperação da economia são fazer crescer a atividade e, sobretudo, gerar empregos. Ambas pareciam mera miragem até pouco tempo atrás. Mas hoje já começam a despontar como realidade no horizonte. Tanto o PIB está reagindo mais do que se previa, quanto o mercado de trabalho começa a criar oportunidades pelas quais tantos brasileiros anseiam.
Nesta manhã, o IBGE confirmou mais uma queda da taxa de desemprego. No trimestre entre junho e agosto, o índice de desocupação baixou para 12,6%. É o menor desde os três meses compreendidos entre novembro do ano passado e janeiro deste ano. Também representa 1,1 ponto percentual a menos que a máxima de 13,7%, alcançada no trimestre janeiro-março último.
Ainda existem 13,1 milhões de pessoas desempregadas no país. Mas, pela primeira vez desde o trimestre setembro-novembro de 2014, o contingente diminuiu: foram 658 mil desocupados a menos, de acordo com o IBGE. Infelizmente, o exército de desempregados ainda é hoje duas vezes maior do que era em fins de 2014.
A dinâmica captada pela pesquisa indica que as primeiras novas oportunidades ainda estão surgindo apenas no mercado informal de trabalho. O crescimento da ocupação está integralmente contido entre trabalhadores sem carteira de trabalho e em trabalhadores por conta própria. O trabalho com carteira está estável.
Nenhuma novidade. Em momentos de saída de crises, é sempre assim que acontece. Empresas já constituídas demoram um tempinho até confiarem na retomada das atividades e antes de recomeçarem a contratar. Este compasso de espera é o que domina os ânimos no Brasil atualmente.
As perspectivas, contudo, vão aos poucos melhorando. As estimativas para o crescimento econômico neste ano já se consolidaram no terreno positivo e tendem agora a algo mais próximo de 1%, depois dos dois trimestres positivos registrados pelas contas nacionais no ano até agora. Para 2018, já há quem aposte em alta de 3%.
Se estes prognósticos se confirmarem, o país terá começado a empreender a longa jornada de recuperação das riquezas e dos empregos depreciados ao longo dos três anos da recessão produzida pelos governos do PT. São quase 8% do produto e cerca de 10% do PIB per capita a recompor.
O cenário melhorou porque o país retomou uma agenda pró-crescimento e abandonou a cartilha que tantos retrocessos produziu. O sucesso não está assegurado, entretanto. Será preciso aprofundar medidas como a redução dos gastos públicos, o equilíbrio fiscal e, sobretudo, a realização das reformas estruturais. A retomada começou, mas ainda está longe de chegar aonde precisamos.
(fonte: ITV)
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