Regime de urgência


Frente quer aprovar movimentação de recursos de prefeituras por via de cooperativas de crédito

Domingos SávioUm projeto que permite que prefeituras movimentem seus recursos em cooperativas de crédito e não apenas em instituições bancárias (PLP 100/11) é o item número um da pauta legislativa da Frente Parlamentar do Cooperativismo no Congresso. A proposição altera a Lei Complementar 130/2009, que trata do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, e está pronta para ser votada pelo Plenário da Câmara em regime de urgência desde maio.

Os defensores do projeto alegam que a medida atende a 560 cidades que não têm agências bancárias. Nas demais, as prefeituras poderão optar pelas cooperativas no lugar dos bancos comerciais e públicos, como explica o autor da proposta, deputado Domingos Sávio (MG). “Ele beneficia não apenas as cooperativas de crédito, mas as prefeituras de um modo geral”, disse.

Segundo o deputado, a proposta não foi votada ainda porque sofre oposição do sistema financeiro. Ele argumenta que as cooperativas de crédito, que têm suas operações fiscalizadas pelo Banco Central, têm mais de 5 milhões de associados e ativos de quase R$ 80 bilhões. De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), as cooperativas de crédito estão presentes em 95% dos municípios.

Hoje, a Constituição estabelece que os recursos financeiros da União serão depositados no Banco Central; e os dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como das empresas controladas por estes entes federativos, serão movimentados em instituições financeiras oficiais, a menos que lei ordinária permita exceções.

Outras propostas
Além do projeto que permite que prefeituras movimentem seus recursos nas cooperativas de crédito, a entidade defende outras propostas em tramitação no Congresso. A maioria estende às cooperativas tratamento diferenciado em relação a exigências legais e benefícios tributários.

Entre os projetos defendidos pela Frente Parlamentar estão: o que estende às cooperativas a desoneração da folha de pagamentos (PL 8456/17), em tramitação na Câmara; e, em tramitação do Senado, o que mantém os descontos para cooperativas de eletrificação rural na compra de energia elétrica (PLS 245/17); e o que dá tratamento diferenciado a pequenas cooperativas de crédito nas exigências de segurança bancária (SCD 6/2016).

O setor também reivindica tratamento diferenciado na reforma tributária, com menos impostos nas operações. “O cooperativado já paga impostos sobre as operações e tributar também as cooperativas consiste em bitributação”, defendeu o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.

A reforma tributária está sendo analisada em uma comissão especial na Câmara. Outra comissão trata de assunto também de interesse do setor: a inclusão das cooperativas nas regras de simplificação tributária do Simples, hoje restritas às cooperativas de consumo.

O relator da comissão especial que analisa proposta que muda o Estatuto da Micro e Pequena Empresa (PLP 341/17), deputado Otavio Leite (RJ), anunciou que vai propor tratamento diferenciado às cooperativas. “Quero radicalizar no processo de simplificação e estender os benefícios às cooperativas”, disse.

(Da Agência Câmara, com alterações/foto: Alexssandro Loyola)

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27 setembro, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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