Investigação
CPMI da JBS aprova convocação dos irmãos Batista e convite ao ex-procurador Rodrigo Janot
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS aprovou a convocação dos empresários Joesley e Wesley Batista e o convite ao ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot para depor. Em reunião nesta quinta-feira (21), os parlamentares aprovaram 101 requerimentos de informação, convocação e convite aos envolvidos nas operações com a empresa JBS e o grupo J&F.
Por falta de quórum, 15 requerimentos de transferência de sigilo não foram votados, ficando para a próxima reunião da CPMI, na semana que vem. Os pedidos são relacionados às operações financeiras do grupo J&F, aos dados telefônicos de seus diretores e aos sigilos eletrônico, telefônico e bancário do ex-procurador da República Marcelo Miller.
O deputado Izalci (DF), autor de 70 requerimentos, defendeu a aprovação de todos os pedidos de convocação ou convite para dar celeridade aos trabalhos da comissão. “É um procedimento normal numa CPI. A ordem de participação em audiência é decidida de acordo com a necessidade, então, se precisar ouvir essa pessoa, o requerimento já está aprovado”, reiterou.
Para ele, quanto mais pessoas puderem contribuir para o esclarecimento do processo, melhor. “Não estou querendo retaliar, nem prejudicar, nem constranger ninguém”, disse ele, em resposta aos questionamentos sobre a convocação de algumas pessoas, entre elas o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
A CPMI investiga os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na última década à JBS e sua controladora, a J&F, da qual os irmãos Joesley e Wesley eram os principais acionistas. A suposição é de que condições favoráveis dos empréstimos teriam permitido à empresa formar um cartel no mercado de carne.
Segundo dados divulgados pela imprensa, em 2007 o grupo JBS faturava cerca de R$ 4 bilhões. Nove anos depois, o grupo chegou a faturar R$ 170 bilhões/ano. As negociações ocorreram na presidência de Luciano Coutinho. Há suspeita de que o governo, via BNDES, adquiriu mais que 21% das ações no valor de R$ 8,1 bilhões e ainda concedeu empréstimo de R$ 12 bilhões subsidiados.
Também foram aprovados convites e convocações de pessoas ligadas aos fatos, entre elas, o ex-procurador da República Marcelo Miller e o procurador Ângelo Goulart Villela. Miller foi acusado de corrupção passiva pela Polícia Federal, por assessorar Joesley e Wesley na negociação com o Ministério Público Federal; Villela foi preso em maio no âmbito da Operação Patmos, da Polícia Federal, acusado de vazar informações para a JBS.
(Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola)
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