Escola Inovadora
A pedido de Izalci, Comissão de Educação debate criação de Comunidade de Aprendizagem no DF
A pedido do deputado Izalci (DF), a Comissão de Educação realizou nesta quinta-feira (14) audiência pública para debater a proposta inovadora de instalação de Comunidade de Aprendizagem na região administrativa do Paranoá, no Distrito Federal. O modelo de ensino a ser desenvolvido tem aspectos pedagógicos baseados em projetos de sucesso, como o projeto Âncora, de São Paulo, e o da Escola da Ponte, em Portugal.
O deputado afirma que com as contribuições e a organização de uma atuação mais incisiva, estabelecidas na audiência, haverá um avanço para buscar educação de qualidade e fazer com que a cidade do Paranoá se torne modelo no sistema. “Hoje em dia os alunos não se sentem estimulados para estudar, a evasão é muito grande, a repetência é muito maior. Nós precisamos mudar o modelo, não podemos ficar com esse modelo do século 19, e essa será uma experiência exitosa”, defende.
A expectativa de implementar o projeto é em março de 2018, em uma Escola de Ensino Fundamental I, acolhendo cerca de 560 crianças, em um espaço alugado. A Coordenadora da equipe de projetos da EcoHabitare, Renata Resende, fez uma apresentação de como se constituirá a comunidade de aprendizagem, que buscará expandir a pratica educacional para além dos muros da escola.
Uma das escolas que inspiram o projeto, a Escola da Ponte, consiste em uma escola pública sem muros, portas ou salas de aula. Seu método de ensino não inclui aulas, séries ou provas para avaliações, pois o aluno aprende todo o conteúdo curricular por meio de roteiros de pesquisa. O modelo de aprendizagem é baseado na ética e na formação do aluno como cidadão e participante de uma comunidade. Um dos seus criadores foi o educador José Pacheco, que atualmente vive em Brasília coordenando os Projetos de Formação da Ecohabitare Projetos.
Izalci afirma que desde 2012, quando conheceu o projeto em uma audiência pública, vem atuando para instalação da Comunidade. “Nós estamos trabalhando para implantar esse modelo, já apresentei emendas para construir escolas especificamente para atender o modelo e há todo um trabalho da secretaria de educação no Paranoá nessa linha de mudança, de envolvimento da comunidade na educação, pois a educação transpassa os muros da escola”.
Em 2013, o tucano chegou a apresentar uma emenda impositiva de R$ 6 milhões. Entretanto, a Secretaria de Educação do DF não conseguiu estruturar o projeto. Ele destaca que as dificuldades de instalação não decorrem por falta de recursos, e que agora talvez fosse preciso pressionar um pouco a Secretaria para que haja uma atuação mais incisiva.
Segundo o deputado, as maiores dificuldades são relacionadas à falta de sensibilidade do Sindicato dos Professores do DF (SINPRO-DF), que não adere a mudanças no sistema convencional; à questão da universalização, que deve ser gradativa; e principalmente, relacionadas à legislação, que dificulta a manutenção de professores.
Izalci afirma que a consultoria irá fazer um levantamento para ver a realidade da legislação para que o colegiado venha a discutir formas de aprimorá-la para a instalação da Comunidade de Aprendizagem. Porém, um ponto importante a ser enfrentado será o sindicato. “Quem manda na educação no DF é o sindicato, você não consegue fazer nada sem o amém do sindicato. Acho que os professores poderiam fazer algo quanto a isso, senão não mudamos a educação”.
Estiveram presentes no debate: Suzana Ribeiro, coordenadora do Projeto Âncora; Isac Aguiar de Castro, coordenador Regional de Ensino do Paranoá (SE-DF); Klésia de Andrade Matias, Coordenadora de Políticas Educacionais para Educação Infantil e Ensino Fundamental (SE-DF); e Claudia Passos, arquiteta e designer de sistemas sustentáveis e integrante da equipe técnica da EcoHabitare.
(Sabrina Freire/ Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados)
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