Carta de Formulação e Mobilização Política
Lula, o mito e a verdade – Análise do Instituto Teotonio Vilela
Luiz Inácio Lula da Silva tem hoje mais um encontro com o juiz Sergio Moro em Curitiba. A cantilena dos petistas já está ensaiada: sustenta que tudo não passa de perseguição ao “maior líder popular deste país”, destinada a impedi-lo de voltar a governar o Brasil. É a ficção que lhes sobrou defender.
O problema é que, a cada dia que passa, a caricatura condiz menos com a realidade. O Lula de hoje é pior que o de ontem e o de amanhã certamente será ainda pior que o de agora. A cada episódio, o petista tem mais suspeitas a elucidar, mais acusações a responder, mais condenações contra as quais se defender.
O depoimento desta terça-feira, cinco meses após o anterior, faz parte de investigação sobre as relações do ex-presidente com a Odebrecht. A acusação, mais uma vez, é de corrupção e lavagem de dinheiro recebido da empreiteira para construção da sede do Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo (SP). A soma envolve R$ 12,4 milhões.
São os mesmos crimes pelos quais, em julho, o petista foi condenado por Moro a nove anos e seis meses de cadeia pela ocultação da propriedade de um tríplex no Guarujá (SP), recebido como propina da empreiteira OAS em troca de contratos bilionários na Petrobras. A ficha corrida de Lula é extensa.
Só nos últimos dias Lula foi denunciado outras duas vezes, uma delas por formar, com Dilma Rousseff, outros cinco ex-ministros de Estado e um ex-tesoureiro do PT uma organização criminosa aliciada com pelo menos R$ 1,48 bilhão em propinas. A última, nesta segunda-feira, por negociar a edição de medidas provisórias.
Não é só a Justiça brasileira que dá dor de cabeça a Lula. Segundo o script dos petistas, ele é vítima da “elite”, aquela mesma que viveu no paraíso quando o PT governava… Difícil será encaixar nesse conto da carochinha episódios como o depoimento de Antonio Palocci, que pôs Lula no centro de um “pacto de sangue” firmado para assaltar o país em parceria com a mesma Odebrecht do caso investigado hoje em Curitiba.
Na semana passada, o mais poderoso ex-ministro de Lula, e um dos artífices de sua eleição em 2002, disse que a empreiteira franqueou R$ 300 milhões ao PT e ofereceu ao ex-presidente pagamento por “palestras” que manteriam sua vida em condições nababescas – recorde-se que, apenas em plano de previdência privada, Lula tinha R$ 9 milhões guardados. A reação imediata dos petistas foi pedir a expulsão de Palocci do partido…
Pela lista de crimes que cometeu, lesando o interesse público e ludibriando os brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva deve ser condenado com rigor pela Justiça. Mas, além disso, precisa ser derrotado nas urnas nas eleições de 2018. Só assim o mito em torno do qual sua figura enganosa foi erigida será implodido de vez.
(fonte: ITV)
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