Cidadania
Setembro Amarelo: Parlamentares defendem ampla mobilização pela prevenção ao suicídio
O tema suicídio é um tabu que precisa ser quebrado. Diante da dimensão do problema que provoca a morte de aproximadamente 800 mil pessoas a cada ano no mundo, o dia 10 de setembro foi adotado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Parlamentares do PSDB aderiram à campanha publicando o símbolo da campanha no perfil e fazendo apelo nas redes sociais, em favor da prevenção.
“O suicídio tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não percebem quando uma pessoa próxima está com ideias suicidas”, destacou a deputada Shéridan (RR). No texto, seguido da hashtag #FalarÉAMelhorSolução, ela indica o número 141 do Centro de Valorização da Vida (CVV).
Shéridan alerta que mais de 90% das ocorrências podem ser evitadas. Por isso, o Setembro Amarelo é um sinal de alerta em relação ao suicídio, um mal silencioso e invisível que no Brasil também se revela cruel.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem, em média, 11 mil casos/ano. A taxa de suicídio na população geral foi de 5,3 por 100 mil habitantes, aumentando para 6,9 por 100 mil habitantes entre os jovens de 15 a 29 anos. Entre os índios, ela é 19 vezes maior que a média nacional.
Segundo o deputado Vitor Lippi (SP), infelizmente essa é a segunda principal causa de morte dos nossos jovens. “Esses números vêm aumentando gradativamente aqui e no resto do mundo, por isso é preciso fazer alguma coisa e uma das formas importantes é todo mundo estar atento”, afirmou ele. Lippi destaca o trabalho desenvolvido pelo CVV, uma instituição formada pelo trabalho voluntário, que atende gratuitamente pelo número 141.
O CVV foi criado em 1962, em São Paulo. É uma associação civil que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, em total sigilo. Em entrevista à TV Globo, o coordenador da Rede Brasileira de Prevenção ao Suicídio, Carlos Felipe de Oliveira, diz que é preciso ter sensibilidade e estar atento aos sinais.
“Quando a pessoa começa a falar: eu não tenho mais que viver, a vida não tem mais interesse para mim, então é hora de prestar atenção”, explicou. Segundo a OPAS/OMS, a relação entre distúrbios suicidas e mentais (em particular, depressão e abuso de álcool) está bem estabelecida em países de alta renda. Além disso, conflitos, desastres, violência, abusos ou perdas e um senso de isolamento estão fortemente associados com o comportamento suicida.
As taxas também são elevadas em grupos vulneráveis que sofrem discriminação, como refugiados e migrantes; indígenas; lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI); e pessoas privadas de liberdade.
A deputada Mariana Carvalho (RO) destacou projeto de lei (PL 5560/2016) de sua autoria que tramita na Câmara dos Deputados. Ela propõe a criação da Semana Nacional de Valorização da Vida, a ser realizada na semana que compreende o dia 10 de setembro. “A criação da semana ajudará a sociedade a debater o tema que ainda hoje é um tabu. Precisamos formular estratégias e políticas de prevenção ao suicídio”, afirmou.
Ela propõe como diretrizes: alertar a população sobre como diagnosticar possíveis suicidas, utilizando veículos de comunicação de grande acesso à população; promover encontros com especialistas na área para debater o assunto; elaborar e distribuir cartilhas didáticas para órgãos públicos, capacitando servidores públicos para lidar com pessoas que tenham pensamentos suicidas.
Mobilização
Em várias cidades brasileiras, voluntários do CVV foram às ruas no dia 10 de setembro vestindo amarelo “pela valorização da vida” e para chamar a atenção para um problema de saúde pública que ainda é invisível. Em passeatas, palestras, soltura de balões, as pessoas se mobilizaram para demonstrar que viver é a melhor opção.
Embora sejam conhecidos casos de pessoas que cometeram suicídio de forma impulsiva, por causa de problemas relacionados a problemas financeiros, término de relacionamento ou dores e doenças crônicas, a grande maioria é algo que vai ganhando forma e, se não for compreendido ou diagnosticado, tende a ser consumado.
Por isso é importante se procurar e obter o auxílio profissional tão logo se perceba que a mente começa a dar sinais de tristeza, solidão, exclusão ou esgotamento, dando origens a doenças a exemplo da depressão e síndrome de pânico.
CVV
O Centro de Valorização da Vida tem escritórios em muitos municípios brasileiros. Além do número 141, o número 188 também está em fase de instalação. Hoje, o número 188, primeiro número sem custo de ligação para prevenção do suicídio, está restrito ao Rio Grande do Sul. A pretensão é que a partir de 30 de setembro esse número cubra várias regiões do país e, até 2020, se estenda a todo o território nacional.
O atendimento também pode ser pessoal, nos 76 postos de atendimento no Brasil, ou pelo chat, e-mail ou Skype encontrados no site da instituição: www.cvv.org.br
(Ana Maria Mejia/Imagem: divulgação/Áudio: Hélio Ricardo)
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