O que está em jogo?, por Miguel Haddad


Há momentos em que até mesmo o indivíduo menos ligado nas questões sociais deixa de lado a sua indiferença e passa a agir, com os meios que estão ao seu alcance – e, hoje em dia, com a internet esses meios foram ampliadíssimos e a ação de uma pessoa pode fazer a diferença – para estabelecer limites contra o que considera inaceitável.

Para tomar essa atitude é preciso coragem. Conscientes da importância das redes sociais, aqueles que fazem parte de corporações que se beneficiam da situação como está, tentam de toda forma manipular a opinião pública para evitar qualquer mudança que afete seus interesses.
Um exemplo disso são as reformas que têm sido aprovadas no Congresso. Não houve uma mudança que não tivesse sido objeto de uma enxurrada de críticas feitas, muitas vezes pelos responsáveis pela maior crise da nossa história. No entanto, o que aconteceu? Pouco a pouco, os índices negativos que se seguiram ao longo de meses e meses durante o governo anterior foram se estabilizando, e muitos começaram a inverter a tendência de queda. Agora, começam a vir positivos. Neste mundo de incertezas, temos pelo menos um resultado claro: o pior, na economia, já passou. É verdade que, para chegarmos ao um nível de desenvolvimento que alcançamos após o Plano Real, teremos ainda um longo caminho pela frente. Mas os fatos deixam claro que estamos no rumo certo.

Caso os críticos das reformas tivessem sido vitoriosos, seria uma vitória do atraso: ao invés de índices positivos, estaríamos agora com uma economia no fundo do poço e o Brasil teria falido – como aconteceu com alguns estados, como o Rio de Janeiro.

O que está em jogo – daí a responsabilidade tanto dos representantes da população no Congresso como de todos os que participam desse grande debate – é o futuro do Brasil. É o mundo onde viverão nossos filhos e nossos netos. Vamos aos trancos e barrancos, tendo de enfrentar corporações poderosas, políticos venais, interesses partidários, manipuladores e um contingente de pessoas que se deixa levar pelo ódio. Por aí não se reconstrói o que foi destruído.

O pensador italiano Umberto Eco atacava as redes sob o argumento de que ela dava voz aos imbecis. Na verdade, esse argumento serve apenas para mostrar a importância ainda maior da participação dos homens e mulheres conscientes que desejam fazer do Brasil um país melhor.

(*) Miguel Haddad é deputado federal pelo PSDB-SP. Artigo publicado no Jornal de Jundiaí. (foto: Alexssandro Loyola)

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28 agosto, 2017 Artigosblog Sem commentários »

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