Sessão histórica
Em discursos pela manhã, tucanos se manifestam sobre pedido de investigação de Temer
Durante a manhã, no Plenário da Câmara, deputados do PSDB se manifestaram sobre o pedido do Supremo Tribunal Federal para a autorização de abertura do processo criminal por corrupção passiva contra o presidente da República, Michel Temer. A 2ª Secretária da Mesa Diretora da Câmara, Mariana Carvalho (RO), presidiu parte dos trabalhos.
Primeiro a falar, o deputado João Gualberto (BA) afirmou que o momento é mais uma página triste da história brasileira, mas necessária. Segundo ele, é preciso haver investigação, principalmente se tratando de um presidente que foi flagrado em conversa suspeita, na opinião dele.
Na avaliação dele, a chapa petista eleita em 2014 falhou em seu mandato. Em dois anos e meio de governo, a ex-presidente Dilma Roussef sofreu impeachment e, agora, o presidente Michel Temer, seu então vice-presidente, está sob pedido de investigação por crime comum.
“Estamos hoje aqui tentando limpar o Brasil. E limpar o Brasil é também limpar a eleição de 2014. Essa chapa vencedora, em 2014, da presidente Dilma, do PT, do Michel Temer, do PMDB, deu no que deu”, opinou.
Para o deputado Lobbe Neto (SP), é triste ver mais uma vez uma ação de fiscalização de um presidente da República durante um curto período. Para ele, é preciso atender a denúncia da Procuradoria Geral da República para que o STF abra o inquérito. “Nós, parlamentares, juramos, na posse do mandato, obediência aos princípios constitucionais de fiscalização e legislação. Por isso, votarei pela admissibilidade à fiscalização do Presidente da República”, ressaltou.
Por sua vez, o deputado Daniel Coelho (PE) afirmou que a lei e a ética não podem ser seletivas. Para ele, assim como o legislativo teve coragem de afastar a presidente Dilma Rousseff, que “errou, cometeu atos ilícitos e de corrupção”, e teve coragem de cassar um presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também deve ter uma posição ética e permitir que Temer seja investigado.
“Nós não podemos fechar os olhos quando as investigações pesam contra o nosso campo político ou contra os nossos partidos. O que a população está cheia é desta seletividade e da maneira como o Plenário tem se comportado. A ética para os inimigos e para os aliados, fecham-se os olhos. Hoje, teremos aqui uma posição de coerência. Assim como votei para que Dilma fosse afastada, para cassar Eduardo Cunha, votarei também para que Temer seja investigado”, disse.
Para que a investigação tenha continuidade, será necessário pelo menos o voto de 342 deputados, o equivalente a 2/3 do total de 513.
(Reportagem: Sabrina Freire/foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados)
Deixe uma resposta