Regime ditatorial
Tucanos repudiam prisão de líderes da oposição na Venezuela e abusos do governo Maduro
Deputados do PSDB manifestaram repúdio pela detenção dos dois principais líderes da oposição na Venezuela, Leopoldo López e Antonio Ledezma. Ambos estavam em regime de prisão domiciliar e foram levados na madrugada desta terça-feira (1º) após terem suas casas invadidas por agentes do Serviço de Inteligência (Sebin) da Venezuela. Segundo o governo, os líderes violaram as regras de confinamento.
Por meio das redes sociais, as famílias afirmaram não saber dos paradeiros dos dois líderes e responsabilizaram Nicolás Maduro pela segurança deles. As detenções aconteceram logo após a eleição para a Assembleia Constituinte, no domingo. Nas últimas semanas, ambos fizeram apelos em suas redes sociais por meio de vídeos para que as pessoas não comparecessem à votação.
Segundo o deputado Fábio Sousa (GO), é inadmissível não reconhecer os abusos que ocorrem no país vizinho. “A Venezuela vive um regime totalitário, ditatorial e miserável. Quem fala o contrário age por má-fé recíproca ou ignorância burra explícita”, ressalta.
Para o deputado Betinho Gomes (PE), em meio à polêmica convocação da constituinte e dos ataques que ferem a liberdade e os direitos humanos, “é vergonhoso saber que os partidos ditos de esquerda no Brasil apoiam uma ditadura como a de Maduro”.
O deputado Rocha (AC) acredita que a prisão de Lópes e Ledezma é mais uma demonstração de que a Venezuela vive um estado de exceção e desrespeito às liberdades individuais. Segundo ele, as organizações internacionais deveriam interferir com mais rigor para a retomada da normalidade no país.
“A verdade é que Maduro desafia o mundo inteiro com a manutenção da prisão de vários presos políticos. Vemos que os organismos têm pouco efetividade no combate aos abusos do governo venezuelano”, ressalta.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores repudiou a ação do governo venezuelano e pediu a libertação imediata de ambos os líderes opositores. Além disso, demonstrou solidariedade com o sofrimento dos familiares dos presos, em particular suas mulheres, Mitzi Capriles e Lilian Tintori.
Segundo Rocha, agora é um momento em que o Brasil deve endurecer ainda mais com a Venezuela, manter a exclusão do Mercosul e buscar lidar melhor com a vinda dos milhares de venezuelanos que têm se refugiado no país. “O Brasil deve agir de forma firme, cobrar das organizações internacionais, cobrar do governo Maduro que se estabeleça o estado democrático de direito”, defende.
Perfil dos líderes
Leopoldo López, 46 anos, é ex-prefeito de Chacao de Caracas e economista. É fundador do partido Vontade Popular, um dos que promovem oposição ostensiva a Maduro. Em 2008, López foi destituído da política por seis anos, acusado de corrupção durante seu mandato. Após recorrer da sentença, recebeu parecer favorável do Tribunal Interamericano de Direitos Humanos, porém o Judiciário venezuelano não acatou a decisão.
López estava em prisão domiciliar desde 8 de julho, após ter ficado três anos e cinco meses na prisão militar de Ramo Verde. O líder foi condenado a 14 anos pela acusação de instigar violência em protestos contra Maduro em 2014.
Antonio Ledezma, 62 anos, é advogado. Como prefeito de Caracas, ocupou várias funções no Executivo e Legislativo do país. Foi o político mais jovem a se tornar senador. Em 2015, foi condenado por conspiração e associação para delinquir. Obteve o benefício da prisão domiciliar três meses depois.
CONFIRA OS REGISTROS FEITOS NAS REDES SOCIAIS PELOS FAMILIARES:
12:27 de la madrugada: Momento en el que la dictadura secuestra a Leopoldo en mi casa. No lo van a doblegar! pic.twitter.com/0EdlQvEGXS
— Lilian Tintori (@liliantintori) August 1, 2017
Mitzy. Por la fuerza a golpes y empujones se llevan a Antonio de nuestra casa. Hacemos responsable al régimen por su vida e integridad!!! pic.twitter.com/69xZ7IqZk0
— Antonio Ledezma (@alcaldeledezma) 1 de agosto de 2017
(Reportagem: Sabrina Freire/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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