Inimigos da democracia
Rogério Marinho critica apoio incondicional de partidos de esquerda a Nicolás Maduro
O deputado Rogério Marinho (RN) repudiou o incondicional apoio do PT e de outros partidos da esquerda brasileira ao regime chavista de Nicolás Maduro, na Venezuela. Ignorando a escalada de violência política que já deixou mais de cem mortos no país vizinho desde abril, PT, PCdoB e PDT assinaram documento em apoio ao regime bolivariano de Maduro.
Os três partidos subscreveram em Manágua, capital da Nicarágua, a resolução final do 23º Encontro do Foro de São Paulo, organização que reúne diversos partidos de esquerda da América Latina e do Caribe. O texto defende a elaboração de uma nova Constituição que amplia os poderes de Maduro, exalta o “triunfo das forças revolucionárias na Venezuela” e diz que a “revolução bolivariana é alvo de ataques do imperialismo”.
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que seu partido manifesta “apoio e solidariedade” ao governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), seus aliados e ao presidente Maduro.
Para Rogério Marinho, o apoio dos petistas e demais partidos que compõem o Foro de São Paulo é o retrato da frustração partidária por não terem conseguido transformar o Brasil numa grande Venezuela.
O Foro de São Paulo foi fundado em 1990 por Lula e Fidel Castro. O objetivo inicial era debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim. A primeira edição ocorreu na cidade de São Paulo, daí o nome dado ao encontro, que, desde então, ocorre a cada um ou dois anos.
“O PT, e o que ele representa, é o inimigo da democracia e dos valores ocidentais de nossas raízes judaicas e cristãs, sua desfarçatez revolta. Está na alma do PT o DNA do autoritarismo, da supressão do livre arbítrio na lógica de Marx de que ética e democracia são valores burgueses”, criticou Marinho.
O deputado ressalta que essa demonstração de apoio do “PT e seus satélites” a Maduro ocorre em um grave momento no qual o presidente venezuelano impõe uma constituição sem legitimidade para fechar o regime no país.
Apesar do conflito nas ruas das principais cidades da Venezuela e da complexidade da crise que atinge até o abastecimento da população, os representantes brasileiros no Foro de São Paulo defendem o governo que já levou até mesmo o país a ser suspenso do Mercosul.
Os partidos também não fizeram menção ao ataque ao parlamento venezuelano promovido por militantes chavistas neste mês ou às denúncias de violência por parte do aparato militar oficial do Estado. O acirramento da violência tem como marco o mês de abril, com a morte de dois estudantes.
PREJUÍZOS PARA O BRASIL
Marinho destaca que a sanha petista de promover no Brasil um regime semelhante ao que está em vigor na Venezuela e por apoiar governantes com o mesmo perfil ajudou a criar no Brasil a maior crise econômica dos últimos cem anos.
“O prejuízo para o País é incalculável. Recursos subsidiados foram drenados para ditaduras privilegiando empreiteiras e potencializando a corrupção. Em 13 anos o País abriu mão de uma política internacional pragmática em favor do mercado para se dedicar a exportar e apoiar a ‘revolução’”, apontou.
O deputado lembrou que dezenas de países na América Latina e África que tinham regimes e doutrina comunista bolivariana foram financiados e apoiados pelo Brasil no governo do PT. Como ressaltou, o PT, capitaneado por Lula, utilizou bancos de fomento do país e empresas nacionais para financiar campanhas e apoiar ditaduras socialistas.
(Reportagem: Djan Moreno)
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