Hora de se reerguer


Eduardo Cury aponta renovação da política como uma das saídas para a crise institucional do Brasil

Em discurso no grande expediente desta terça-feira (4), o deputado Eduardo Cury (SP) afirmou que o país tem passado por crises sem precedentes na história. O momento, segundo ele, é de reflexão sobre maneiras de reerguer o Brasil e partir para a ação. 34912855933_09b8fb1953_k

Em primeiro lugar, é preciso promover uma profunda transformação ética e moral, inclusive no sistema político. O atual modelo do voto proporcional torna as eleições mais caras, avalia Cury, já que o candidato precisa percorrer todo o estado. O tucano defende que uma das saídas mais seguras é o voto distrital, que reduz os custos da eleição, aproxima o eleitor do candidato e democratiza as relações. “Temos que reformar imediatamente esse sistema político que aí está absolutamente carcomido e defasado”, disse.

O tucano defendeu a renovação da política, com a oxigenação das legendas, entrada de novas lideranças que tragam ideias inovadoras. De acordo com o parlamentar, o nosso sistema não promove a renovação e tende a perpetuar no poder as lideranças que já ocupam cargos de influência. “A renovação se faz na prática, dando exemplo e participação, para que novos participantes possam também fazer parte do processo político”, explicou.

A quantidade de partidos em funcionamento no Brasil contrasta com o resto do mundo. Com 35 legendas, o país só perde para países como Rússia (78) e Nepal (122). “O excesso de legendas deu origem a um balcão de negócios que não se pode mais tolerar”, lamentou. Segundo Cury, a ditadura militar represou o aparecimento de novas lideranças no país. Logo em seguida, emergiram líderes oportunistas que viram na oposição à ditadura uma bandeira e ali se criaram. Esse lapso temporal fez com que o amadurecimento democrático fosse interrompido, acredita o tucano.

O momento, avalia Cury, é de assumir a dura missão de reconstruir o país. Passo importante para isso será a reforma da Previdência, que precisa combater privilégios e injustiças. Outra reforma essencial é a tributária, acredita o tucano, pois o sistema usado hoje incentiva a sonegação fiscal e contamina a atividade política.

Além disso, a carga tributária incide sobre a cadeia produtiva de bens e serviços, encarecendo os produtos e tirando a competitividade nacional. “Temos um sistema, que gera e incentiva a corrupção, muito complexo, pouco transparente e absurdamente penoso para a sociedade”, explicou.

O tucano destacou ainda a atuação firme dos órgãos de controle, principalmente em relação a cargos executivos e na iniciativa privada. No entanto, os brasileiros se deparam com casos escandalosos, como a obra do estádio Mané Garrincha, em Brasília, com superfaturamento de R$ 900 milhões. “Onde estava o Ministério Público, o próprio Tribunal de Contas da União?”, questionou.

(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola)

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4 julho, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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