Conquista para o Brasil
Parlamentares celebram 23 anos do plano que deu um basta à hiperinflação
O Plano Real completou 23 anos no último sábado, 1º de julho. A iniciativa proporcionou estabilidade à economia brasileira e colocou um fim à hiperinflação, que chegou a quase 3.000% ao ano em 1993. Ao lembrar a passagem da data, parlamentares do PSDB destacaram a ousadia do projeto e o seu forte impacto após sucessivos fracassos de pacotes econômicos anteriores.
“Vencer a inflação parecia uma batalha perdida. Mas ganhamos”, destaca a deputada Yeda Crusius (RS), ministra do Planejamento do governo de Itamar Franco, presidente que iniciou a histórica construção do Plano Real. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda, junto com os economistas Edmar Bacha e Pedro Malan, soube harmonizar as diferenças e ser o maestro da equipe que elaborou o exitoso plano.
Autora de uma separada recém-lançada sobre o Real, a deputada lembra que a data marca o dia em que houve a troca da moeda circulante, o cruzeiro real, em vigor desde 1º de agosto de 1993. Ele funcionava junto com a Unidade Real de Valor, a URV, cujo valor, em cruzeiros reais, variava diariamente. No dia 1º de julho, uma URV passou a ser igual a R$ 1.
“A fase de transição durou quatro meses, numa construção de confiança absolutamente necessária para o seu sucesso”, lembrou a parlamentar. Ela ressalta que os preços livres foram a âncora do plano, sem artificialismo.
O grande desafio que se apresentava à época era extirpar as causas da inflação, a exemplo do controle do déficit público e da expansão do crédito e a retirada da proteção a empresas e setores ineficientes. As reformas necessárias foram concluídas já no governo de FHC.
“Um dos maiores legados para o Brasil, que funcionou como um divisor de águas na história recente do país, pelo impacto altamente positivo em um momento em que a economia sofria com grandes e constantes intempéries. Foi um plano que mudou radicalmente a vida dos brasileiros”, destacou o deputado Giuseppe Vecci (GO).
A conquista da estabilidade econômica trouxe tranquilidade ao trabalhador brasileiro. “A maior ruína era ver o salário ‘incinerado’ com os reajustes consecutivos dos principais produtos da rotina familiar”, disse o deputado João Gualberto (BA). Ele destaca o afastamento definitivo do “bicho-papão”, chamado inflação, que aumentou o poder de compra do trabalhador.
O retrocesso econômico, fruto dos governos do PT, período em que Lula e Dilma adotaram o modelo de desenvolvimento liderado pelo Estado e pelas estatais, traz o Brasil de volta ao embate de manter a inflação sob controle e promover reformas que conduzam o pais de volta aos trilhos do desenvolvimento.
“Espero que ainda neste ano tenhamos a alegria de definir um outro marco na nossa história político-econômica, saindo dessa crise que o país enfrenta atualmente”, disse João Gualberto.
Para a deputada Shéridan (RR), o êxito do Plano Real tornou a moeda brasileira um patrimônio e um motivo de orgulho, “até alguns destruírem nossa economia”. Segundo a deputada, hoje o esforço deve ser diário para reerguer a economia brasileira e garantir que o esforço do Plano Real não tenha sido em vão.
Nas palavras de Yeda Crusius, a estabilidade conquistada pelo Plano Real no final do século XX exige o ajuste da economia e da política aos novos tempos do século XXI, em que liberdade e transparência são fundamentos vivos. “Vencemos a inflação”, diz ela, lembrando que nos meses que antecederam o afastamento de Dilma Roussef a inflação batia os 10%. Hoje, está mantida em 4%/ano.
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