Minas e Energia


Vitor Lippi cobra investimento e incentivo à produção de energias renováveis no Brasil

A Comissão de Minas e Energia da Câmara debateu as políticas de incentivos à geração de energias renováveis nesta quarta-feira (7). Durante a audiência pública realizada com produtores e o governo, o deputado Vitor Lippi (SP) defendeu uma mobilização dos parlamentares em busca de 31940818324_bb8aa59f0c_zinvestimentos federais. O tucano fez ainda um alerta sobre a necessidade de legislação que incentive e dê segurança jurídica ao crescimento dessas fontes de energia.

Lippi afirmou que o país precisa de energia mais inteligente e barata. Segundo ele, embora a energia hidrelétrica tenha sido muito boa para o Brasil, as outras energias geram mais empregos e trazem economicidade às famílias, ou seja, reduzem o gasto com o consumo porque o custo é menor.
“As pessoas poderão utilizar esses recursos que sobrarem para movimentar a economia, pois o gasto com a conta de luz hoje representa uma parte expressiva do orçamento dos brasileiros que têm uma renda média baixa”.

A produção de energias alternativas, como solar e eólica, é uma tendência irreversível, na avaliação do deputado. Por essa razão, ele explica que o Brasil não pode ficar para trás e precisa investir na área. Lippi explicou que, assim como nas telecomunicações, em que a matriz da comunicação acabou passando do uso da voz para o uso de dados, com a geração de energia haverá um rompimento semelhante.

“A tendência é a microgeração. Acredito que a energia eólica vai crescer bastante. Essa questão de cada um gerar sua própria energia é uma grande conquista da humanidade e uma tendência irreversível. Então nós precisamos acelerar esse processo para que o Brasil, em vez de ser exportador das manufaturas e das tecnologias necessárias, possa produzir aqui e exportar, pois os outros países da América do Sul também precisam”, pontuou.

O parlamentar reforçou a necessidade de empenho do Parlamento e do governo para que haja desenvolvimento do setor. “Temos que ficar atentos para que a nossa legislação e o governo possam incentivar isso, dar segurança e condições para o crescimento desse tipo de energia, que faz com que todo mundo ganhe, inclusive gerando muitos empregos, que é um dos grandes desafios da sociedade brasileira”, alertou.

O tucano lembrou que os leilões regulares do governo para a contratação de energia eólica vinham permitindo o crescimento da produção no país, mas com o cancelamento do leilão do ano passado, às vésperas de sua realização, a insegurança afugentou os investidores. “Foi no mínimo um desrespeito e vai trazer consequências gravíssimas”, lamentou, ao cobrar a retomada dos certames.

Conforme destacou, essa era a principal segurança e estratégia dos investidores. Em Sorocaba (SP), por exemplo, uma das maiores indústrias produtoras de pás eólicas do mundo fechou após o cancelamento do leilão de 2016. A falta de previsibilidade de investimentos fez com que todos “pisassem no freio” e as indústrias que produzem não conseguiram mais vender, criando um problema grave para o Brasil.

“Conclamo os deputados a mostrarmos para o governo que precisamos retomar os leilões, pois sem isso é absolutamente impossível o crescimento do setor. Ao inverso, sem os leilões estamos desestimulando. A maior empresa de fabricação de placas de energia solar já sinalizou que vai parar de produzir também no país se não houver uma previsão de investimentos. Ou seja, estamos no caminho contrário”, lamentou. 

Ao destacar que o Brasil ocupa a 9ª posição do mundo na capacidade de instalada de energia gerada pelo vento, o representante da Associação Brasileira de Energia Eólica, Francisco Silva, também defendeu a volta dos leilões.

Durante a audiência pública, outros debatedores cobraram a manutenção dos leilões para a energia eólica e pediram mais incentivos para a produção de energia solar. O diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, destacou a necessidade de um arcabouço legal, regulatório e de incentivos para que a energia solar atinja 10% da matriz energética brasileira até 2025. Atualmente é de apenas 0,02%.

Representando o BNDES, Alexandre Esposito anunciou que o financiamento do banco para a energia solar deve crescer a partir deste ano. Ele anunciou que pessoas físicas também poderão ser beneficiadas pelos financiamentos do banco para esse tipo de energia.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

Compartilhe:
8 junho, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *