Visão de futuro
Em audiência pública, Caio considera positiva adoção de educação emocional nas escolas
A adoção da educação emocional nas escolas brasileiras é fundamental para que as novas gerações possam criar o Brasil do futuro. Essa foi a reflexão do presidente da Comissão de Educação na Câmara, deputado Caio Narcio (MG), ao participar da reunião de audiência pública, na manhã desta quinta-feira (18), sobre “A educação emocional na formação dos estudantes da educação básica”. Durante a reunião, pedida por ele, especialistas demonstraram a importância da adoção de técnicas para trabalhar a educação emocional, em diferentes ambientes, mas especialmente nas escolas.
“Que essa audiência possa representar uma quebra de paradigma e ainda este ano, sejam adotados projetos pilotos nas escolas em situação de vulnerabilidade”, disse Caio Narcio. Ele se comprometeu a apresentar os casos demonstrados durante a reunião, a fim de sensibilizar o ministro da Educação. “Que a gente possa desdobrar essas experiências de maneira controlada para que possa ser incorporada ao sistema nacional.” O resultado, segundo ele, vai além dos índices de eficácia e eficiência, mas se trata de falar do ser humano dentro da ótica de trabalhar as emoções para construir uma nação.
Durante a reunião, quatro especialistas trabalharam o tema, entre eles, o professor da Universidade de São Paulo, mestre em psicologia social, João Roberto de Araújo. Aos 72 anos, com boa parte da vida dedicada a promover a cultura da paz, ele afirma que em nossa cultura as emoções são negligenciadas e o reflexo pode ser visto no cotidiano de aumento de violência e desencontros familiares.
Ele cita pesquisa feita pela UNESCO, na qual se contatou ser o ambiente emocional da escola (vínculo afetivo que o educador estabelece com o aluno e dos alunos entre si e funcionários) o fator mais importante para o aprendizado. “Hoje, nossa maior fonte de dor é o analfabetismo emocional, é não saber lidar com nossas emoções”, reiterou.
O economista chefe do Instituto Ayrton Senna, Ricardo Paes de Barros, destacou o impacto da adoção da educação emocional nos índices formais que medem a qualidade da educação brasileira. Segundo ele, a prática comprova que em escolas aonde jovens e adolescentes se envolvem em projetos humanitários, se percebe o impacto positivo sobre os resultados finais nas provas do Enem e a Prova Brasil. Para ele a educação emocional vai além das escolas: “as habilidades sócio emocionais são muito importantes na inserção no mercado de trabalho”, afirmou.
Duas experiências de sucesso foram apresentadas. Uma delas em São Paulo, nas obras sociais do Mosteiro São Geraldo, que trabalha com comunidades carentes como a do bairro de Paraisópolis, zona sul da cidade. A outra ocorre em Rio Branco, capital do Acre. Lá, a rede pública já adota a educação emocional como estratégia pedagógica desde o início dessa década. E os resultados se refletiram até no desempenho escolar dos alunos.
(reportagem: Ana Maria Mejia/foto: Alexssandro Loyola)
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