Combate à ditadura


Tucanos manifestam solidariedade a venezuelanos e defendem eleições gerais para superar crise 

reuniao com venezuelanos

Parlamentares tucanos receberam nesta quinta-feira (11) a esposa e a mãe do líder oposicionista venezuelano Leopoldo Lopez, preso pelo governo da Venezuela desde fevereiro de 2014.

Parlamentares do PSDB defenderam nesta quinta-feira (11) que o Brasil lidere o movimento pela realização de eleições gerais como solução definitiva para a violência praticada pelo governo de Nicolás Maduro contra manifestantes no país vizinho. Na manhã desta quinta-feira (11), deputados e senadores do partido receberam a ativista política Lilian Tintori, esposa de Leopoldo López, preso político há mais de três anos.

Ela veio acompanhada da mãe de Leopoldo, Antonieta Mendoza. A presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, Bruna Furlan (SP), e o deputado Rocha (AC), membro do Parlamento do Mercosul (Parlasul), manifestaram solidariedade, assim como o presidente em exercício do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

“A Lilian é um exemplo de coragem e firmeza. Apesar da dor da separação e das imensas dificuldades com que tem que lidar diariamente, sempre a encontramos forte e combativa, o que nos anima ainda mais a lutar em defesa dos venezuelanos que sofrem sem alimentos, remédios e com as ações de um governo repressor”, afirmou Bruna Furlan.

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Lilian agradeceu os esforços da deputada em ajudar os venezuelanos que fogem diariamente daquele país com destino a Roraima. E cobrou a participação brasileira na reconstrução da democracia venezuelana. “Os países-irmãos tem a grande responsabilidade de ajudar a Venezuela a sair da crise de forma pacífica”, reiterou.

As duas mulheres estão percorrendo países em busca de apoio político. “A solução é realizar eleições para presidente, governadores e prefeitos”, disse Lilian. Ela ressaltou que o presidente Nicolas Maduro está isolado. Os países da OEA e do continente defendem eleições gerais para 2017. “Também pedem liberdade para os 167 presos políticos; o fim das detenções arbitrárias que hoje somam quase 2 mil detidos e um basta à morte”, clamou. Além disso, querem respeito à Assembleia Nacional e um canal humanitário para que seja permitida a entrada de comida e remédio no país. Até agora 42 pessoas morreram durante as manifestações em confronto com as forças do governo. Entre os presos estão os prefeitos Antonio Ledesma e Daniel Ceballos e o suplente de deputado oposicionista Gilber Caro.

Para Rocha, a família de Lilian é um símbolo da luta pela retomada da democracia no país vizinho. “A visita dessas mulheres reforça o compromisso do Brasil em defesa do regime democrático”, disse ele. Rocha defende que o Brasil adote um papel mais relevante contra o caos que se instalou na Venezuela por conta da ditadura de Maduro. “Temos pessoas morrendo de fome, sem atendimento médico e o registro de homicídios praticados por forças policiais ao reprimir manifestações”, afirmou.

Rocha conta que recentemente, durante uma reunião do Parlasul, no Uruguai, deputados de oposição ao Governo relataram que o presidente tentou cooptar o Parlamento. Não conseguindo, partiu para dissolução desse mesmo Parlamento, sem obter êxito. Segundo Rocha, em retaliação, para evitar que os parlamentares revelassem detalhes do golpe ditatorial no Parlasul, confiscaram os passaportes deles. “Os governistas chegam aos encontros de avião da PDVSA, enquanto os oposicionistas são obrigados a viajar as próprias expensas”, relatou Rocha.

Ele afirma que a cláusula democrática assinada pela Venezuela quando da entrada no Mercosul pode ser cobrada. Essa cláusula prevê respeito aos direitos humanos e as liberdades individuais. “A força dessas mulheres e o caos instalado na Venezuela reforçam em nós, brasileiros, o compromisso de lutar pela democracia”.

“O Brasil deve assumir sua posição de líder nas manifestações de repulsa ao autoritarismo e à ditadura que se estabeleceu na Venezuela, com o uso da força e não do convencimento para oprimir esse povo. O Brasil se soma através do Congresso Nacional, do Senado, em especial, a tantas vozes roucas de venezuelanos dentro do seu próprio país e ao redor do mundo pela liberdade de Leopoldo e pela reconquista da democracia nesse país irmão”, ressaltou Aécio em entrevista à imprensa.

DIÁLOGO PARLAMENTAR 

No próximo dia 23 de maio, será realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília, o encontro “Diálogo Parlamentar em Defesa da Democracia na Venezuela”. O evento é organizado pela Presidência da Câmara dos Deputados sob a coordenação do deputado Rubens Bueno (PPS-PR). Segundo Bruna Furlan, que participou de reunião do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com embaixadores de países europeus e latino-americanos, o evento atende a um pedido do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, deputado Julio Borges.

Estão convidados o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia; o presidente do Senado, Eunício Oliveira; o deputado venezuelano Julio Borges; a presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes; o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes. Ao final do evento deverá ser assinada a Carta de Brasília, compromisso assumido por todos os países participantes, em relação à crise venezuelana, principalmente quanto à retomada da ordem democrática.

(Reportagem: Ana Maria Mejia, com assessoria da CREDN e Agência PSDB/foto: George Gianni/Áudio: Hélio Ricardo)

Assista abaixo a reportagem da TV Senado: 

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11 maio, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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