Carta de Formulação e Mobilização Política
Diz aí, Lula – Análise do Instituto Teotonio Vilela
Luiz Inácio Lula da Silva tem muito a dizer. Terá grande oportunidade daqui a dois dias, quando estará sentado na condição de réu perante o juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba por processo em que é acusado de receber propina por meio do tríplex à beira-mar no Guarujá dado pela OAS. Chegou a hora em que a Justiça dirá se o líder partidário atuou na verdade como o chefe de uma organização criminosa que causou prejuízo incalculável ao país nos últimos anos.
Lula já é réu em cinco processos. Sobre ele, pesam acusações de corrupção (17 vezes), lavagem de dinheiro (211 vezes), tráfico de influência (4 vezes) e obstrução de justiça (1 vez), segundo contabiliza Ricardo Noblat n\’O Globo. Somadas, as penas que podem ser imputadas ao ex-presidente somam 1.795 anos de cadeia, de acordo com a IstoÉ.
É esta ficha corrida que os brasileiros querem ver investigada e, uma vez comprovada a culpa do réu, punida. Provas já há de sobra, como demonstrou a revista Época na sua edição desta semana.
Depoimentos, notas fiscais, contratos, certidões, extratos bancários e e-mails, entre outros, atestam um montante de mais de R$ 80 milhões em dinheiro sujo destinado a Lula por empreiteiras. Existem, portanto, fatos e razões em excesso para o petista ser condenado e punido.
Quanto mais próximo o acusado, réu ou delator é ou foi de Lula, mais acachapantes, mais contundentes, mais graves são as revelações sobre a atuação do chefe à frente da organização criminosa.
Dos Odebrecht a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras que, na sexta-feira, declarou ao juiz Sergio Moro que Lula comandava diretamente o esquema criminoso que quase quebrou a estatal.
Passando por João Santana e a mulher dele, Monica Moura, ainda estão na fila Antonio Palocci, que movimentava a dinheirama do chefe, e Leo Pinheiro, da OAS, orientado por Lula a destruir provas do petrolão.
Todos, rigorosamente todos, deixam clara a proeminência de Lula à frente da máquina corrupta que rendeu quatro vitórias eleitorais ao PT e drenou bilhões de reais do dinheiro que deveria servir aos brasileiros.
Os seguidores do petista, claro, não estão nem aí para a Justiça e, menos ainda, prezam e respeitam as suas instituições. Pretendem transformar em circo a ocasião do depoimento que ele fará ao juiz Moro na quarta-feira. Ainda fazem de Lula um caso de amor e ódio, embora seu destino hoje esteja mais determinado não pela política, mas pela polícia e pelo Judiciário. Os brasileiros querem algo tão singelo quanto legítimo: que se faça justiça e que quem deve pague pelo mal que cometeu.
(Fonte: ITV)
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