Inteligência
Mara Gabrilli debate uso de tecnologias para o desenvolvimento da acessibilidade nas cidades
Durante reunião na Comissão de Desenvolvimento Urbano, realizada na manhã desta quarta-feira (26), a deputada Mara Gabrilli (SP) defendeu o uso de tecnologias para o desenvolvimento da acessibilidade nas cidades. A parlamentar contou sua experiência à frente da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida em São Paulo, quando a pasta desenvolveu um software que foi alimentado com todos os serviços que a cidade oferece, como creches, escolas, agências bancárias, comércios e supermercados. Com esse banco de dados, o software mostrava quais as rotas mais indicadas para se fazer calçadas.
“Detectamos que 80% dos pedestres circulam nas rotas de serviços. Sendo assim, se a gente conseguir melhorar 10% das calçadas de uma cidade, focado nesses 80% das rotas de serviços, a gente resolve 90% da questão da mobilidade do pedestre. Isso faz com que o investimento seja muito mais eficaz”, explicou.
Mara afirmou que as calçadas são a via pública do pedestre e precisam ser acessíveis, com boa iluminação, segurança e faixa de travessia inteligente. “Se a gente conseguir uma harmonia com todas essas tecnologias, a melhora da segurança, da mobilidade urbana, da circulação e da qualidade de vida, é muito grande”.
A Lei Brasileira de Inclusão, que entrou em vigor no ano passado, também foi lembrada pela deputada. De acordo com a LBI os gestores são os responsáveis por liderar o processo de confecção de calçadas. “Eles podem definir quem e como vai pagar essas obras. Mas o prefeito tem que liderar o processo. Ele pode fazer e mandar a conta, pode fazer contribuição de melhoria, pode fazer parceria com a iniciativa privada, pode usar do próprio orçamento, mas ele tem que fazer”, afirmou.
Outra novidade da LBI é a previsão de que o gestor que não entregar um cronograma de adequação de calçadas ou não cumpri-lo, incidirá no crime de improbidade administrativa. “Essa fiscalização ficará à cargo dos tribunais de contas. É importante todo mundo saber que, a partir da LBI, as calçadas passaram a ter uma nova importância, que é a importância real que ela deve ter em uma cidade”, concluiu.
Para Mara, ao falar em cidades inteligentes, com sinergia de todas as tecnologias, as pessoas com deficiência acabam servindo como um excelente termômetro. “Quando a gente começa a eliminar barreiras para as pessoas com deficiência, a gente passa a criar rotas extremamente acessíveis. E quando a gente melhora uma cidade para quem tem deficiência, ela fica muito melhor para todo cidadão, em todos os sentidos”, garante.
A tucana também falou sobre a importância dos semáforos sonoros e citou casos de sucesso em outros países. “Na Suécia, por exemplo, substituíram os principais semáforos de uma cidade por semáforos sonoros. O resultado foi a diminuição do número de atropelamentos em 80%. A gente acha que esses mecanismos sonoros só ajudam as pessoas com deficiência visual, mas a verdade é que ajudam a todos os pedestres, como um simples homem distraído ou a criança, que não tem sua visão periférica completamente desenvolvida até os dez anos de idade”.
A audiência realizada na Comissão de Desenvolvimento Urbano contou com a participação de especialistas e foi proposta pelo deputado João Paulo Papa (SP) para debater “Cidades Inteligentes” e a “Política Nacional de Internet das Coisas (IoT)”. Saiba mais sobre esses dois temas debatidos no encontro:
– Internet das Coisas (IoT)
Internet das Coisas (ou, em Inglês, Internet of Things – IoT) é o nome dado para denominar a conexão via internet entre dispositivos cotidianos, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, e até mesmo entre máquinas industriais. No futuro, todos os objetos estarão conectados e comunicando-se de forma inteligente.
– Cidades Inteligentes e Humanas
O conceito defendido pela Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas é: “São aqueles municípios que se dotam de uma infraestrutura tecnológica interoperável, necessária para conectar todos os hardwares, softwares e aplicações existentes ou que venham a existir, de uma maneira que se transformem em uma plataforma que funcione como um nó que conecte todas as demais plataformas, permitindo à cidade que integre todos os dados e informações gerados, para ter um sistema de informações gerenciais aberto e transparente, de uma maneira que a tecnologia sirva de apoio à melhora da qualidade de vida das pessoas, sempre com sua participação em um processo co-criativo com o poder público”.
(Da assessoria do deputado/foto: Alexssandro Loyola)
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