Aniversário da capital
Em sessão alusiva ao aniversário de Brasília, Izalci manifesta insatisfação com má gestão da capital
A pedido do deputado Izalci (DF), a Câmara realizou sessão solene em homenagem ao aniversário de Brasília nesta segunda-feira (24). O tucano, que veio para Brasília aos 14 anos de idade com sua família, relembrou como a capital transformou a vida de muitos brasileiros. Apesar do orgulho pelo desenvolvimento da cidade, Izalci revelou sua insatisfação com os gestores e os serviços públicos que não atendem a população.
Brasília foi inaugurada no dia 21 de abril de 1960. Atualmente, possui uma população de quase 3 milhões de pessoas, a terceira cidade mais populosa do país. O sonho de transferir a capital do Brasil do Rio de Janeiro para o interior do país era antigo, instituído na Constituição de 1891, mas a ideia só veio a ser desenvolvida pelo presidente Juscelino Kubitschek, eleito em 1956. “Em comício de campanha, na cidade de Jataí, Goiás, ele foi provocado e cobraram-lhe a mudança. JK aceitou a provocação, prometeu a construção e mudou o centro de poder do país”, conta o deputado.
Izalci relembra todas as oportunidades que teve na cidade, como estudar, se formar e construir sonhos. “As chances que tive não poderiam ser só minhas. Eu tinha de lutar para que outros tivessem também as oportunidades que me foram dadas, sobretudo, pela educação. Transformei essas oportunidades em bandeira e entrei para a vida pública para poder retribuir tudo aquilo que recebi e lutar por uma educação de qualidade com igualdade para todos”, destaca.
Segundo o parlamentar, devido ao símbolo de modernidade que Brasília representa e sua arquitetura, a cidade deveria ser mais valorizada. Considerado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, o Plano Piloto foi elaborado pelo arquiteto Lúcio Costa e planejada com a ajuda de Oscar Niemeyer e do engenheiro Joaquim Cardoso.
“Depois de Brasília, o Brasil se desenvolveu, evoluiu e se integrou. Mesmo com todas as intempéries e à revelia daqueles que torciam pelo pior”, diz Izalci. Para ele, o desenvolvimento da capital deveria continuar, mas lamenta a atuação dos atuais gestores. “Serviços públicos de qualidade que sempre foram referência para o resto do Brasil como educação, saúde e segurança foram deixados de lado”, afirma.
O tucano revela as dificuldades enfrentadas pelas empresas para se desenvolverem, as falhas do transporte público, e lamenta o abandono das quadras, museus e monumentos. Segundo Izalci, a má atuação dos gestores dos últimos anos gerou ainda construções bilionárias, como a do Estádio Nacional Mané Garrincha e do Centro Administrativo, em Taguatinga.
“Precisamos ter a coragem de reformar o nosso modelo de gestão e isso só pode ser realizado com a vontade e a ajuda da geração que veio para cá e daqueles que aqui nasceram. É preciso que cada cidade, cada bairro se mobilize. Precisamos planejar e gerir com responsabilidade o orçamento público. É preciso ter prioridade para as obras e serviços necessários ao bem-estar da população”, reforça.
Na homenagem, foi exibido um vídeo contando como foi a construção de Brasília através de relatos de trabalhadores, moradores, e personalidades que relembraram a chegada na capital. O vídeo recuperou ainda depoimentos dos idealizadores do Plano Piloto. “Me sinto grato e feliz de ter dado minha contribuição”, disse Lúcio Costa. “Brasília foi feita, apesar da pressa, com muito carinho e muita vontade de acertar”, completa Oscar Niemeyer.
Estiveram presentes na sessão solene o procurador-federal do Ministério do Trabalho, Ricardo Leite, o administrador de Brasília, Marcos Pacco, a presidente da Câmara do Ensino Superior, Amábile Pacios, a prefeita do Setor Comercial Norte, Regina Lacerda, e representantes da família Kubitschek e da Associação dos Candangos Pioneiros de Brasília.
(Reportagem: Sabrina Freire/fotos: William Sant´Ana e Rodolfo Stuckert)
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