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Para deputados, debate sobre reforma da Previdência avança com amplo diálogo
Às vésperas da apresentação do parecer na comissão especial da reforma da Previdência, foram anunciadas novas modificações que visam buscar a convergência em torno de um texto que atenda demandas apresentadas por parlamentares e pela sociedade. Deputados do PSDB que participaram de café da manhã oferecido pelo presidente Michel Temer no Palácio da Alvorada nesta terça-feira (18) destacaram a capacidade de diálogo do governo e afirmaram que a disposição em realizar alterações nos projetos tende a conquistar o apoio da maioria dos deputados e senadores.
Mais de 200 deputados estiveram no evento, além de ministros e integrantes da equipe econômica e os relatores das reformas da Previdência e de modernização da legislação trabalhista, Arthur Maia (PPS-BA) e Rogério Marinho (RN), respectivamente. Maia divulgou um esboço de seu parecer abrangendo as mudanças. A proposta final será apresentada na manhã desta quarta-feira (19) na comissão especial.
Uma das principais mudanças estabelece que a idade mínima de aposentadoria no regime geral, o do INSS, será de 62 anos para as mulheres e de 65 anos para os homens após um período de transição de 20 anos. Quando a emenda for promulgada, as idades serão inicialmente de 53 anos e 55, respectivamente. No caso do Benefício de Prestação Continuada (BPC), fica mantida a vinculação com o salário mínimo, como defendiam parlamentares do PSDB. Os trabalhadores rurais familiares devem ter idade mínima menor, de 60 anos, com 20 de tempo de contribuição.
Para o deputado Marcus Pestana (MG), integrante da comissão especial que analisa a Reforma da Previdência, o café organizado pelo presidente abriu uma nova etapa na trajetória de avaliação, discussão e aprovação das reformas. “Já existe uma enorme convergência em torno da modernização das relações do trabalho. Agora, na questão da Previdência, que é mais complexa e polêmica, cada vez mais o esclarecimento se aprofunda e creio que a mobilização de hoje inaugura uma nova etapa”, avaliou o tucano, que classificou a atuação de Marinho de “magistral”. O parlamentar do PSDB-RN promoveu amplo diálogo sobre o projeto relatado por ele.
De acordo com o deputado, as mudanças anunciadas foram recebidas de maneira positiva pelos parlamentares presentes ao encontro, pois contemplaram uma série de questões levantadas na Câmara. Pestana ressalta que a postura do governo Temer tem sido bastante diferenciada em relação ao governo anterior em sua capacidade de diálogo. “Isso ficou muito patente hoje. As pessoas começam a perceber a inevitabilidade das reformas, os riscos se ela não for aprovada, os impactos gravíssimos para a sociedade e a economia brasileira. Acredito que demos um passo importante na direção da aprovação das reformas, que são essenciais para o futuro do país”, destacou.
Na abertura do evento, o presidente Michel Temer afirmou que seu governo e os parlamentares em exercício de seus mandatos estão realizando um ciclo de reformas que serão responsáveis pela reconstrução do país. Já o ministro da Secretaria-Geral de Governo, Antonio Imbassahy, ressaltou que, com as alterações acordadas entre o governo e o relator, aumentou a disposição dos parlamentares para aprovar a reforma da Previdência. “Pelo que a gente pode perceber, o ambiente modificou-se bastante: há realmente uma expectativa favorável para a aprovação da reforma da Previdência”, disse.
Para o deputado Vitor Lippi (SP), o Congresso Nacional e o governo estão debatendo com a sociedade as mudanças que o Brasil precisa para voltar a crescer e gerar empregos. “Esse é o compromisso com os desempregados, com os que estão empobrecidos e endividados. Não adianta só conversa, temos que fazer as mudanças. A Reforma da Previdência, por exemplo, vai permitir que todos tenham suas aposentadorias garantidas. Isso vai ajudar os mais pobres para que continuem tendo seus benefícios e direitos. Temos que tirar é os privilégios de quem ganha muito e são esses que estão contra as reformas. O que temos defendido é que todos estejam abaixo do teto do INSS”, explicou o parlamentar.
Também presente à reunião, o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) ressaltou a capacidade de diálogo e a abertura do governo ao acolhimento das propostas dos parlamentares. Ele elogiou a nova regra de transição, que incluirá todos os trabalhadores e que, em relação a proposta inicial, permitirá que todos tenham que trabalhar menos até se aposentar. Segundo ele, isso é bom para o trabalhador e bom para o futuro do Brasil, que hoje vive uma herança maldita deixada pelo governo do PT e caminha para não conseguir arcar com os custos da Previdência se não houver reforma.
(Reportagem: Djan Moreno/ foto: Marcos Corrêa/PR/Áudio: Hélio Ricardo)
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