Amplo legado

A pedido de Hauly, Câmara promove sessão solene para lembrar cem anos do economista Roberto Campos

Grande defensor do pensamento econômico liberal no Brasil, economista morreu em 2001 aos 84 anos.

A pedido do deputado Luiz Carlos Hauly (PR), a Câmara realizou nesta terça-feira (18) sessão solene em homenagem ao centenário do nascimento de Roberto Campos. O tucano destacou a brilhante trajetória do economista e diplomata durante mais de meio século de vida pública. Nascido em Mato Grosso, em 1917, Campos faleceu em 9 de outubro de 2001, aos 84 anos.

Conforme lembrou, Campos foi um grande defensor do pensamento econômico liberal no Brasil. O homenageado se  envolveu em importantes projetos e formulações da economia brasileira. Trabalhou no governo de Getúlio Vargas na criação da Petrobras  e articulou o surgimento do principal banco de fomento do país, o BNDES. Além disso, foi responsável pela implementação de uma reforma tributária que serviu de base para o avanço da economia brasileira entre o final dos anos 1960 e ao longo dos anos 1970.

No governo de Juscelino Kubitschek, o economista ajudou a criar e coordenou as ações econômicas do Plano de Metas. Assim, teve um papel fundamental em um período de grande desenvolvimento do país. Diplomata de carreira, Campos atuou como embaixador do Brasil nos Estados Unidos, no governo de Jânio Quadros, e na Inglaterra. Mais tarde, foi ministro do Planejamento de Castello Branco e ajudou a criar o FGTS, a correção monetária, a caderneta de poupança, entre outras realizações expressivas.

“Tive a honra de conhecer e conviver aqui nesta Casa com Campos, compartilhando muitos ideais, projetos, propostas. Participamos de muitos debates na Comissão de Finanças, na revisão constitucional de 92, nas batalhas que tivemos pelo fim da reserva de mercado da informática, sobre as restrições que haviam no texto constitucional de 88. Foram alguns momentos importantes em que conseguimos fazer mudanças”, relembra Hauly. O deputado atua na Câmara há 26 anos.

Roberto Campos também foi embaixador do Brasil no Reino Unido, no governo de Geisel e Figueiredo. Após retornar ao Brasil, iniciou sua vida política. Exerceu mandato de senador entre 1983 e 1991, quando atuou como constituinte. Também foi deputado federal por dois mandatos, na década de 90.

Hauly afirma que o talento indiscutível de Campos conquistou papel de destaque na vida pública nacional no final do século XX. Nos últimos anos, o economista se dedicou a escrever artigos para os jornais, sempre defendendo as privatizações e a saída do estado da vida econômica. E, ainda, revisava seu livro de memórias “Lanterna na Popa”.

(Reportagem: Sabrina Freire/foto: Antonio Augusto – Câmara dos Deputados)