Obras incompletas
Comissão do Esporte vai avaliar legado deixado pela Copa de 2014 a pedido de Silvio Torres
A Comissão de Esportes aprovou requerimento de autoria do deputado Silvio Torres (SP) que propõe a realização de audiência pública para avaliar o legado da Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil. “É um assunto meio esquecido, mas já se passaram quase três anos e ainda não temos a visão clara do que restou aos estados e para usufruto da população”, disse o parlamentar”.
Em 2007, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014. Posteriormente, em 2009, foi selecionado para sediar os jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. O resultado foi a construção e/ou reforma de 12 campos de futebol que se transformaram em arenas do futebol com o intuito de modernizar o esporte. A ideia era atrair maior número de torcedores para os campeonatos regionais. Valor do investimento: cerca de R$8,4 bilhões, 184% a mais do que o estimado inicialmente.
Silvio Torres explica que apesar do grande volume de recurso investido, a maioria dos estádios só teve grandes partidas durante a Copa do Mundo. “Outras promessas foram a modernização de aeroportos e apresentação de solução para o caos que é o transporte público nas grandes cidades”, disse.
Hoje, os estádios estão vazios e há muitas obras de infraestrutura inacabadas. Grandes arenas como a de Natal, Manaus, Cuiabá e Brasília não têm campeonato de futebol forte o suficiente para atrair torcedores para os mais de 40 mil lugares disponíveis nas arquibancadas.
Segundo matéria publicada na página da revista Exame, em Natal, por exemplo, a Arena das Dunas recebeu apenas 63 partidas de futebol desde o final da Copa do Mundo. A Arena Pantanal, que custou R$ 626 milhões para ser construída, hoje está abandonada. As obras de mobilidade urbana, as mais aguardadas e as que poderiam de fato proporcionar maior impacto na vida cotidiana dos brasileiros, sequer terminaram antes da realização do evento, e algumas seguem ainda inacabadas.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o número de brasileiros que foram afetados pelas obras prometidas e não concluídas chega a 2,5 milhões. Entre as obras previstas, estavam soluções mais simples como os BRTs e outras de maior capacidade de transporte de passageiros, como os VLTs.
O parlamentar propôs que sejam convidados para a reunião de audiência pública, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF); do representante do tribunal de Contas da União que se dedicou a fiscalizar a obra; o presidente da Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), José Roberto Bernasconi e o secretário nacional de Futebol do Ministério do Esporte, Gustavo Perrella.
(Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola)
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