Menos juros
Novas regras do cartão de crédito terão impacto positivo para os brasileiros, avalia Geovania de Sá
A deputada Geovania de Sá (SC) destaca a importância das novas regras fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) para o cartão de crédito, que começaram a valer nesta segunda-feira (3). A partir de hoje, os clientes que não conseguirem pagar integralmente a fatura do cartão só poderão ficar no crédito rotativo por 30 dias. Após o período, os bancos terão de parcelar a dívida, com juros menores. A determinação foi divulgada pelo Banco Central no dia 26 de janeiro.
Segundo a deputada, esta medida é importante principalmente para o trabalhador que tem sofrido um grande impacto financeiro devido à crise econômica. “Em um momento tão difícil pelo qual o país passa, esta é uma medida fundamental”, afirma.
A nova regra faz parte da reforma microeconômica anunciada pelo governo no fim do ano passado. O objetivo é evitar o endividamento indefinido do consumidor com o cartão e reduzir pela metade, em 12 meses, os gastos com juros. “Essa medida é muito importante. Ela vai beneficiar tanto os bancos como os clientes”, afirma a tucana.
BOLA DE NEVE
Antes da regra, o cliente precisava pagar pelo menos o mínimo da fatura, que equivale a 15% do valor total, para não ficar inadimplente. O valor restante da dívida poderia ficar para o mês seguinte, junto à próxima fatura, acrescido de juros. Caso o cliente não conseguisse pagar o valor total, ele poderia optar por pagar o mínimo novamente, e assim sucessivamente. O que ocasionava a famosa bola de neve, em que a dívida só aumenta devido ao uso excessivo do crédito rotativo.
Agora, o mínimo só poderá ser pago por um mês. No mês seguinte, o consumidor não poderá repetir o processo. O banco será obrigado a oferecer uma linha de crédito que possibilite que o cliente possa negociar e parcelar sua dívida com juros menores.
IMPACTOS
Para Geovania, a nova regra vai gerar um impacto muito relevante na economia. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), após o anúncio da regra em janeiro, a taxa média do crédito parcelado caiu de 8,34% para 8,30% ao mês.
A taxa média de 15,16% ao mês no crédito rotativo equivale a 444,03% ao ano. Ao fim de três meses, uma dívida de R$ 1 mil na fatura do cartão subiria para R$ 1.527,23. Ao fim de 12 meses, equivaleria a R$ 5.440,26.
Com a nova regra, pela qual a taxa mais alta – de 15,16% ao mês – incidirá nos primeiros 30 dias e a taxa de 8,3% ao mês incide nos meses restantes, a dívida aumenta para R$ 1.350,70 em três meses e para R$ 2.768,31 em 12 meses. A diferença chega a 11,6% em 90 dias e a 49,1% em um ano.
(Sabrina Freire/ Foto: Alexssandro Loyola/ Arte: Portal Brasil/Áudio: Hélio Ricardo)
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